Israel iniciou uma série de ataques à Faixa de Gaza nesta sexta-feira, 5, que resultou em pelo menos 10 mortos e cerca de 55 pessoas feridas, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Entre os mortos, está um comandante sênior de um grupo militante palestino, Taysir Al-Jabari – o que aumenta a escalada de violência no território pela primeira vez desde o conflito de 11 dias no ano passado. Al-Jabari faz parte da Jihad Islâmica, o segundo maior grupo militante de Gaza.
Israel disse que estava mirando o grupo militante da Jihad Islâmica em resposta a uma “ameaça iminente” após a prisão de outro militante sênior na Cisjordânia ocupada no início desta semana, Baha Abu al-Ata. Em retaliação aos ataques desta sexta, militantes palestinos lançaram uma enxurrada de foguetes horas depois. A Jihad Islâmica alegou ter disparado 100 foguetes.
O Exército israelense disse que a operação, apelidada de “Amanhecer”, não terminou. O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, disse que entre os mortos está uma criança de 4 anos.
Reuniões em áreas de até 80 quilômetros da Faixa de Gaza foram proibidas, e moradores de regiões próximas à fronteira foram instruídos a permanecer perto de abrigos antiaéreos. As travessias pela região também já haviam sido proibidas dias antes por Israel, para prevenir as retaliações pela prisão de Baha Abu al-Ata.
Os militantes do Hamas que ocupam Gaza e o governo de Israel travaram quatro guerras e várias batalhas menores nos últimos 15 anos a um custo impressionante para os 2 milhões de residentes palestinos do território. A última aconteceu em maio de 2021. Desde então, a tensão se deslocou para a Cisjordânia ocupada.
Tanto Israel quanto o Hamas, o grupo militante que domina Gaza, haviam sinalizado que buscavam evitar outra guerra em larga escala sobre o enclave, que está sob um bloqueio israelense e egípcio desde 2007. Mas a violência nesta sexta-feira atraiu avisos de retaliação de grupos militantes palestinos e levantou a possibilidade de um conflito prolongado.
Os ataques aéreos se seguiram a quase uma semana de crescentes tensões entre Israel e a Jihad Islâmica, que muitas vezes age independentemente do Hamas.
Segundo o governo israelense, a Jihad Islâmica estava pronta para responder a prisão desta semana com um ataque de vingança, e que tinha como alvo o Al-Jabari e outros. “Israel não permitirá que as organizações terroristas estabeleçam a agenda na Faixa de Gaza e ameacem os cidadãos do Estado de Israel”, disse o primeiro-ministro de Israel, Yair Lapid, logo após o ataque.
Após os ataques aéreos desta sexta-feira, a Jihad Islâmica disse que responderia com força, e cidades no sul de Israel abriram abrigos antibombas em antecipação ao disparo de foguetes de Gaza. “O inimigo iniciou uma guerra contra nosso povo e todos nós precisamos nos defender e ao nosso povo”, disse um comunicado da Jihad Islâmica.
Horas depois, militantes palestinos dispararam dezenas de foguetes no espaço aéreo israelense, e a Jihad Islâmica reivindicou a responsabilidade. Não houve relatos imediatos de danos ou baixas.
Não está claro se o Hamas se juntaria à Jihad Islâmica na retaliação. No passado, o Hamas normalmente ficava à margem enquanto a Jihad Islâmica entrava em conflito com Israel. “Enquanto lamentamos o líder al-Jabari e os justos mártires, afirmamos que as questões estão abertas a todas as direções, pedindo o fim da agressão sionista contra nosso povo”, disse Ismail Haniyeh, chefe do gabinete político do Hamas, em um comunicado.
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