O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negou nesta terça-feira, 15, que as reuniões do governo brasileiro com a Rússia vão promover um desgaste do Brasil com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), liderada pelos Estados Unidos, em meio às tensões entre Moscou e o Ocidente.
“Não atrapalha, são coisas distintas. Conversamos com todos os países do mundo. Continuamos parceiros da Otan. Temos interesse também aqui, como todo país. O País está aberto à negociação.”, afirmou há pouco o ministro a jornalistas no hotel Four Seasons, em Moscou, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) está hospedado.
Bolsonaro se encontra amanhã com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enquanto os ministros Braga Netto e Carlos França (Relações Exteriores) têm uma reunião com seus análogos russos.
De acordo com o chefe da Defesa, sua reunião será uma “conversa” sobre “todas as áreas que envolvem transferência de tecnologia”. Ele não quis responder se haverá assinatura de acordos. “Vamos conversar”, limitou-se a dizer.
Braga Netto, no entanto, foi enfático ao dizer que não tratará da tensão com a Ucrânia durante seu encontro com o ministro russo.
A viagem oficial do presidente à Rússia acontece em um momento de tensão internacional. Existe a suspeita de que Putin possa invadir a Ucrânia para evitar a adesão do país vizinho à Otan. Os Estados Unidos prometeram uma resposta à altura se isso ocorrer. Hoje, Putin recebeu o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e ordenou a retirada de parte das tropas da fronteira.
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