O presidente italiano, Sergio Mattarella, foi reeleito neste sábado (29) pelo Parlamento, após uma maratona de votações que evidenciou as divisões da coalizão governamental em um período crucial de reativação econômica pós-pandemia.
Mattarella, de 80 anos, foi reeleito para um novo mandato de sete anos, ao alcançar a maioria de 505 votos de um total de 1.009 senadores, deputados e dirigentes regionais habilitados para participar do sufrágio, que ainda não terminou.
A reeleição de Mattarella traz um pouco de estabilidade à instável política italiana. Decidido a se aposentar, ele mudou de ideia a poucos dias da eleição em meio à falta de consenso entre os partidos políticos para um nome viável para substituí-lo.
O ex-premiê Silvio Berlusconi era um dos candidatos, mas desistiu a dois dias da eleição. Sua figura polarizadora e seu histórico de escândalos sexuais e de corrupção não casavam bem com a liturgia do cargo para a maior parte dos italianos. Outra alternativa mais sóbria, o premiê Mario Draghi, colocaria o país num novo labirinto político.
Então Mattarella, que já havia encaixotado seus objetos pessoais e alugado um apartamento para quando deixasse o Palácio de Quirinale, resolveu aceitar o apelo de vários lados do espectro político e aceitou disputar o cargo mais uma vez.
Ex-juiz e um parlamentar centrista, Mattarella ganhou o respeito dos italianos nos últimos anos por seu papel de mediador de diversas crises políticas e teve um papel importante ao selecionar Draghi, um ex-presidente do Banco Central Europeu, como líder de um governo tecnocrata que conseguiu lidar com a pandemia de covid-19 depois de o país ter sido duramente afetado pelo vírus no começo de 2020.
Pouco após a votação, Draghi considerou a eleição uma notícia esplêndida para todos os italianos. Outros políticos, de esquerda e de direita, elogiaram a escolha. “É uma generosidade com o país”, disse o líder do Partido Democrático Enrico Letta. “Em time que está ganhando não se mexe.”
Berlusconi disse que Mattarella é o único capaz de trazer consenso aos italianos. Já o líder do Movimento Cinco Estrelas, Giuseppe Conte, declarou que a autoridade do presidente serve de fiadora para a estabilidade da Itália.
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