Sobrevivente de um ataque do Taleban, a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai, disse estar "em choque" com a ofensiva do grupo radical no Afeganistão e convocou as potências globais a "exigir um cessar-fogo imediato" no país.
Pelo Twitter, a ativista se disse "profundamente preocupada" com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos.
"Assistimos em completo choque enquanto o Taleban assume o controle do Afeganistão. Estou profundamente preocupado com as mulheres, as minorias e os defensores dos direitos humanos. As potências globais, regionais e locais devem exigir um cessar-fogo imediato, fornecer ajuda humanitária urgente e proteger refugiados e civis", escreveu a paquistanesa.
Vinte anos após ser deposto por uma coalizão liderada pelos EUA, o grupo radical islâmico Taleban reassumiu no domingo, 15, o poder no Afeganistão, em uma rápida ofensiva que começou no início da semana passada e quase não encontrou resistência.
We watch in complete shock as Taliban takes control of Afghanistan. I am deeply worried about women, minorities and human rights advocates. Global, regional and local powers must call for an immediate ceasefire, provide urgent humanitarian aid and protect refugees and civilians.
— Malala (@Malala) August 15, 2021
Sobrevivente
Em 9 de outubro de 2012, Malala, na época com 15 anos, foi alvo de um ataque a tiros por membros do Taleban. Ela e outras meninas estavam em um ônibus e voltavam para casa após mais um dia de aula. A jovem era defensora do direito à educação para as meninas.
Em 2009, quando tinha 11 anos, a menina escreveu um blog, sob o pseudônimo de Gul Makai, na página da BBC denunciando o abuso dos talebans, que controlavam a região de Swat, onde ela vivia, no noroeste do Paquistão. "Ela não é uma menina valente, não tem valor. Inclusive utilizou um nome falso em seu blog", disse Shahid, segundo a AFP.
A educação de mulheres é algo proibido pelo regime do Taleban.
Baleada na cabeça, Malala sobreviveu ao atentado. Ela foi retirada do país com sua família e levada ao Reino Unido. Os médicos retiraram a bala de seu cérebro e, depois de se recuperar, ela voltou à escola, terminou o colegial e começou a cursar filosofia, política e economia na Universidade de Oxford.
Um ano depois, o grupo terrorista voltou a ameaçar a ativista por ela falar "contra o Islã". "Voltaremos a atacá-la assim que tivermos a oportunidade", afirmou Shahidullah Shahid à AFP. "Atacamos a Malala porque ela falava contra os talebans e o Islã e não porque ia ao colégio."
Hoje, Malala é uma das principais ativistas mundiais que defendem o direito de todas as meninas à educação.
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