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Israel e Gaza amanhecem sem bombardeios após 11 dias de confronto

Milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para festejar o fim dos bombardeios israelenses.

Sem aviões de combates ou alerta de foguetes, a tranquilidade retornou na manhã desta sexta-feira, 21, a Israel e Faixa de Gaza. Após 11 dias de confrontos violentos, o cessar-fogo assinado na quinta-feira entre o governo israelense e o Hamas surtiu efeito, pelo menos de início, alcançou seu objetivo.

Desde o início da aplicação da trégua, às 02h de sexta-feira (20h de quinta-feira em Brasília), milhares de palestinos saíram às ruas de Gaza para festejar o fim dos bombardeios israelenses. Manifestações da mesma natureza também foram observadas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.


"É a euforia da vitória", disse Khalil al Haya, número dois do gabinete político do Hamas na Faixa de Gaza, durante um discurso para os manifestantes. Ele prometeu "reconstruir" as casas destruídas pelos bombardeios israelenses.

"Desde as 2h não se detectou nenhum lançamento de foguete, e os aviões (das Forças Armadas) voltaram para suas bases", afirmou um comunicado das Forças de Defesa de Israel (IDF).

Apesar do cessar-fogo com o Hamas estar sendo respeitado até aqui, sem o registro de novos bombardeios, confrontos entre policiais israelenses e civis palestinos voltaram a ocorrer na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. Protestos no local sagrado contra a expulsão de famílias palestinas, em benefício de colonos israelenses, motivaram o início das hostilidades, na segunda-feira passada, 10. Novos protestos também foram registrados na Cisjordânia.

O presidente americano, Joe Biden, agradeceu ao Egito pelo papel desempenhado no cessar-fogo, que chamou de "oportunidade genuína para avançar" rumo à paz entre israelenses e palestinos. "Acredito que os palestinos e os israelenses merecem viver com segurança e desfrutar do mesmo nível de liberdade, prosperidade e democracia", disse Biden.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, visitará o Oriente Médio nos próximos dias para reuniões com seus colegas "israelense, palestino e regionais", informou o Departamento de Estado.

A União Europeia também celebrou o anúncio e recordou que "a situação na Faixa de Gaza é insustentável há muito tempo", enquanto a Alemanha, que também elogiou a iniciativa, advertiu que agora é necessário "abordar as causas profundas do conflito para encontrar uma solução" para a região.

O papa Francisco também aplaudiu o cessar-fogo e pediu a toda Igreja Católica que reze pela paz. "Agradeço a Deus pela decisão para se deter os conflitos armados e os atos de violência e rezo pela continuação da via do diálogo e da paz", declarou. Segundo o papa, uma vigília de Pentecostes será celebrada na Igreja de Santo Estêvão de Jerusalém para "reivindicar o presente da paz".

Os bombardeios aéreos e os disparos de artilharia e de foguetes deixaram, em 11 dias, as mortes de pelo menos 232 palestinos, incluindo 65 menores de idade, e 1.900 feridos, segundo as autoridades de Gaza. Em Israel, os foguetes palestinos mataram 12 pessoas, incluindo uma criança e uma adolescente, e deixaram 355 feridos, segundo a polícia.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, classificou, nesta sexta, a ofensiva do exército como um "êxito excepcional". "Alcançamos os objetivos, é um êxito excepcional", afirmou.

Em Gaza, a polícia confirmou que segue em busca de mais sobreviventes. Socorristas afirmaram que pelo menos cinco corpos e cerca de dez sobreviventes foram encontrados em túneis subterrâneos bombardeados por Israel.

O acordo

O cessar-fogo só foi possível por causa da mediação do Egito, uma potência regional que mantém relações tanto com Israel como com o Hamas - este último considerado terrorista pelo Estado hebreu, pela União Europeia e pelos Estados Unidos. O tratado foi anunciado após uma reunião do gabinete de segurança israelense, comandada por Netanyahu, que "aceitou por unanimidade" a iniciativa egípcia "de cessar-fogo bilateral sem condições".

Hamas e Jihad Islâmica - outro grupo armado palestino em Gaza - confirmaram o acordo da trégua, alcançada com a mediação dos "irmãos egípcios". "A resistência palestina respeitará o acordo desde que a ocupação (como o Hamas chama Israel) o respeite", afirmou o grupo islamita.

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