O primeiro-ministro da Áustria, Sebastian Kurz, afirmou nesta sexta-feira, 12, que países da União Europeia estariam fechando "contratos secretos" com laboratórios farmacêuticos para adquirir vacinas extras. A medida, se confirmada, fere a política oficial de compra e distribuição definida pelo bloco europeu.
"Há indícios que apontam para um mercado, onde acordos adicionais entre os Estados membros e empresas farmacêuticas foram fechados", acusou Kurz, sem revelar o nome de nenhum dos supostos envolvidos. Ele destacou que os contratos seriam secretos, o que não permitiu que ele os consultasse.
As informações sobre os supostos contratos, ainda de acordo com o premiê, foram compartilhadas com os governos de Bélgica, Grécia, Polônia, Eslovênia e República Tcheca.
"Muitos não acreditaram porque isto contradiz claramente o objetivo político da UE de uma distribuição equitativa", destacou. E completou: "Temos que encontrar quem assinou os contratos".
Distribuição desigual
Outra crítica de Kurz em suas declarações foi à distribuição desigual de vacinas entre os países-membros do bloco europeu. De acordo com o primeiro-ministro, Malta receberá até três vezes mais doses por habitante que a Bulgária até o meio do ano, enquanto a Holanda seria beneficiada com "duas vezes mais doses que a Croácia até o fim de junho".
A Áustria está dentro da média europeia, segundo o primeiro-ministro.
A crítica de Kurz não é a primeira feita à União Europeia pela condução da campanha de vacinação. A cúpula do bloco vem sendo pressionada e criticada por autoridades dos Estados nacionais que exigem uma maior eficácia na obtenção e distribuição de doses de imunizante.
Na quinta-feira, 11, o bloco aprovou medidas para acelerar a campanha de vacinação. Enquanto a Comissão Europeia determinou o controle da exportação de vacinas até o fim de junho, a Agência Reguladora de Medicamentos (EMA) aprovou o uso do imunizante da Johnson & Johnson. As medidas combinadas, espera-se, aumentará a quantidade de doses a serem utilizadas em solo europeu.
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