As internações de crianças devido à covid-19 aumentaram no Estado de Nova York e, particularmente na cidade, onde os casos quadruplicaram desde a segunda semana de dezembro até a segunda-feira, 27, conforme a chefe do Departamento de Saúde do Estado, Mary T. Bassett.
"Temos registrado um aumento nas internações pediátricas, concentradas na área da cidade, onde houve um aumento de cerca de quatro vezes", disse em entrevista coletiva conjunta com a governadora Kathy Hochul.
"Estamos alertando os nova-iorquinos sobre este aumento recente e surpreendente nas internações pediátricas para a covid-19, para que os pediatras, pais e responsáveis possam tomar medidas urgentes para proteger nossos nova-iorquinos mais jovens", afirmou.
De acordo com as autoridades sanitárias, das crianças de 5 a 11 anos internadas em hospitais da cidade com covid-19, da semana de 5 de dezembro até a atual, nenhuma tinha o esquema de vacinação completo.
"Muitas pessoas ainda pensam que as crianças não estão infectadas com a covid. Isso não é verdade. As crianças estão infectadas e algumas serão hospitalizadas", insistiu.
Segundo relatório divulgado na segunda-feira pela Academia Americana de Pediatria e pela Associação de Hospitais Infantis, entre os dias 9 e 16 de dezembro, quase 170 mil crianças tiveram diagnóstico positivo para a covid-19 no país, um aumento de aproximadamente 28% em duas semanas, destaca Canal 7 da rede ABC.
Por sua vez, a governadora nova-iorquina reiterou o apelo aos pais para aproveitarem as festas de Natal e vacinarem os filhos.
Já o prefeito Bill de Blasio lembrou em entrevista coletiva que entrou em vigor, na segunda-feira, a obrigação dos funcionários do setor privado comprovarem que têm pelo menos uma dose da vacina, sob pena de multas de até US$ 1 mil.
Desde a segunda-feira, os nova-iorquinos com 12 anos ou mais também precisam apresentar comprovante das duas doses de vacinas para frequentar restaurantes, academias ou visitar locais de entretenimento.
O número de casos de covid-19 continua a aumentar dramaticamente nos Estados Unidos devido à disseminação da variante ômicron, com uma média de mais de 175 mil novas infecções por dia na última semana, de acordo com dados de domingo do CDC, principal agência federal de saúde pública.
Neste contexto, existe uma escassez de testes de detecção de covid-19 no país, o que coincide com uma procura especialmente elevada destes testes, em particular de kits caseiros, por ocasião das férias de fim de ano.
O presidente Joe Biden anunciou na semana passada que o governo federal comprou cerca de 500 milhões de kits que serão distribuídos gratuitamente a quem precisar.
A escassez de testes tem gerado fortes críticas à Casa Branca, cuja estratégia de combate à covid-19 tem se concentrado principalmente na vacinação.
Referindo-se às características da Ômicron, o infectologista Anthony Fauci, assessor do governo, indicou no domingo que trata-se de uma variante "extraordinariamente contagiosa", mas citou estudos realizados na África do Sul e no Reino Unido que parecem indicar que os casos são menos perigosos.
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