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Governo da Argentina tenta aprovar decretos antes de mudança no Congresso

A ideia, segundo o jornal La Nación, é aprovar os decretos na Comissão de Trâmite Legislativo.

Enquanto a oposição argentina comemora a vitória nas eleições legislativas do domingo 14, nas quais foi a mais votada na maioria dos distritos do país, o governo do presidente Alberto Fernández tenta aprovar até o fim da semana 116 decretos urgentes na Câmara dos Deputados. A ideia, segundo o jornal La Nación, é aprovar os decretos na Comissão de Trâmite Legislativo, que a partir do dia 10 de dezembro pode passar para o controle da oposição.

Os deputados da coalizão de oposição Juntos pela Mudança, à qual pertence o ex-presidente Mauricio Macri, reagiram com indignação. "Novamente, o governo tenta uma tramitação express, sem escutar os setores e atores que serão afetados pelas normas, sem tempo para análises, debates e confronto de opiniões, e vão ditar uma agenda absolutamente alheia às prioridades dos argentinos", disseram líderes opositores ao La Nación.


Deputados e senadores da oposição acreditam que o governo queira usar o tempo que tem - ate 10 de dezembro - antes de o Congresso mudar com o resultado das eleições de domingo. A partir desta data, o presidente Fernández enfrentará um Congresso com forte paridade entre o partido no poder e a principal oposição.

Derrota eleitoral

A coalizão governista Frente de Todos (peronismo de centro-esquerda) teve uma recuperação em vários distritos em comparação com o revés nas primárias de setembro, mas não foi o suficiente para manter uma maioria simples no Senado (37 de 72 senadores), ao perder seis dos 41 assentos que tinha.

"Milhões de argentinos em todo o país disseram chega e derrotaram a tristeza, a frustração, a dor, a raiva", afirmou María Eugenia Vidal, líder da lista eleitoral da Juntos pela Mudança na cidade de Buenos Aires e que passará a ocupar um lugar no Congresso após governar a província que tem o mesmo nome da capital entre 2015 e 2019.

Por outro lado, o governo manteve-se como a primeira minoria em ambas as câmaras, desafiando as aspirações do Juntos pela Mudança, que havia antecipado que reivindicaria a presidência na Câmara dos Deputados.

O governo terá 35 senadores e o Juntos, 31, enquanto os outros seis correspondem a diferentes forças provinciais com as quais o governo deve buscar alianças.

A mãe de todas as batalhas nas urnas foi travada na província de Buenos Aires, maior distrito eleitoral do país e feudo peronista por excelência, onde 35 dos 127 novos membros da Câmara de Deputados serão definidos.

A lista de candidatos da Juntos pela Mudança para este distrito, liderada por Diego Santilli (PRO) e Facundo Manes (União Cívica Radical), recebeu o maior apoio, com 39,8% dos votos e uma pequena vantagem sobre a lista da Frente de Todos (38,5%), de acordo com os números correspondentes a 97,2% da apuração.

Estes resultados são muito mais apertados do que os obtidos nas primárias de setembro, quando as duas listas de Santilli e Manes receberam 37,9% dos votos, contra 33,6% da lista única da Frente de Todos.

"Temos que avançar em direção à produção, porque produção significa mais educação, mais trabalho, gerar nossos próprios produtos e exportar o que fazemos, a fim de ter uma província diferente e um país diferente. É isso que temos que construir", disse Santilli na sede da Juntos pela Mudança em La Plata.

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