A França vai impor testes obrigatórios em pessoas procedentes de 16 países, incluindo Brasil, Peru e Panamá, o mais tardar em 1º de agosto, e recomendou a seus cidadãos que evitem viajar para a região espanhola da Catalunha, onde foram registrados novos surtos da covid-19.
Os viajantes desses países deverão ter um "teste que justifique que não possuem o vírus para poder embarcar nos aviões correspondentes", disse o primeiro-ministro francês, Jean Castex, no aeroporto de Paris, Roissy-Charles de Gaulle.
"Sabemos que, em certo número desses países, não há um estratégia de detecção e que o acesso aos testes é difícil. Assim, decidimos generalizar os testes nas chegadas", afirmou o primeiro-ministro.
A informação foi apresentada pouco depois de reunião do Conselho de Defesa e Segurança, realizada hoje para definir medidas de controle à segunda onda de casos do patógeno que provoca a covid-19. De acordo com balanço mais recente, nas últimas 24 horas, foram mais de mil infectados.
Segundo Castex, os passageiros provenientes de Estados Unidos, Emirados Árabes, Bahrein e Panamá, que estão na chamada "lista vermelha", deverão apresentar um resultado negativo de exame recente para o novo coronavírus, caso contrários, serão testados no desembarque.
Já os que chegarem de Brasil, África do Sul, Argélia, Catar, Índia, Israel, Kuwait, Madagascar, Omã, Peru, Sérvia e Turquia, precisarão passar pela detecção para o patógeno ao pisarem em um aeroporto local.
O tráfego aéreo com os integrantes dessa lista ainda é pequeno, já que as fronteiras da França ainda estão fechadas quase totalmente para fora da União Europeia. Com isso, a medida impacta passageiros franceses que pretendem viajar para o país natal.
Essa medida é "indispensável devido ao aumento da circulação do vírus" na França, argumentou Castex, que anunciou também a imposição de medidas semelhantes nos portos.
"Evitar ir à Catalunha"
Castex também recomendou aos franceses que evitem viajar para a região espanhola da Catalunha, onde novos focos da doença surgiram nos últimos dias, "enquanto a situação sanitária não melhorar".
"Estamos conversando com as autoridades espanholas e catalãs para garantir que, na outra direção, os fluxos sejam o mais limitado possível", acrescentou.
Na Espanha, onde o número de casos se multiplicou nas últimas duas semanas, as autoridades não descartam a chegada de uma segunda onda.
"Pode haver uma segunda onda, isso é o de menos. O importante é acompanhar o que está acontecendo, ver onde é preciso tomar medidas, tomá-las cedo", declarou a diretora adjunta do Centro de Coordenação de Alertas e Emergências Sanitárias (CCAES), María José Sierra.
"A situação de rebotes não é apenas própria da Catalunha, mas está acontecendo em todos os territórios e em todos os países", disse por sua vez à Agência France Press o conselheiro das Relações Exteriores da Catalunha, Bernat Solé.
A França, onde o coronavírus deixou mais de 30 mil mortos, observa nessas últimas semanas uma aceleração dos casos e o surgimento de novos focos da doença.
Para evitar uma segunda onda no país, que começou a relaxar as medidas de confinamento há cerca de dois meses, as autoridades francesas tornaram obrigatório, nesta segunda-feira, o uso de máscaras em locais públicos fechados.
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