O ministério espanhol da Saúde anunciou neste sábado, 28, que 832 pessoas morreram nas últimas 24 horas vítimas do coronavírus, um novo recorde diário no país. O número eleva o total de óbitos no país a 5.690, o segundo maior balanço do mundo. A Espanha também registrou mais 8.189 contágios confirmados de coronavírus, o que sobe o total de casos oficialmente diagnosticados para 72.248.
O número de pessoas curadas também registrou forte alta (31,3% em 24 horas) e agora são 12.285, de acordo com os dados do ministério.
Enquanto o país luta para conter a pandemia, o premier espanhol, Pedro Sánchez, faz esforços para obter ajuda financeira da União Europeia (UE) para ativar a economia. "A UE deve aprender as lições do passado e não voltar a falhar com os cidadãos", tuitou Sánchez, na sexta-feira, 27, referindo-se à crise financeira iniciada em 2008, quando os países-membros mais ricos mostraram-se intransigentes em relação aos vizinhos do sul, fortemente endividados.
"A resposta europeia deve ser solidária, com foco nos mais vulneráveis", insistiu o chefe de governo socialista, cujo país é o segundo com mais vítimas fatais, atrás da Itália. "A UE deve impulsionar um plano de reconstrução que reforce os mecanismos do estado europeu de bem-estar", assinalou.
Os 27 países-membros não conseguiram definir a resposta econômica e financeira para a crise sanitária, durante uma reunião de cúpula que terminou com o premier português denunciando a "mesquinharia" da Holanda.
Segundo a imprensa holandesa, a ministra das Finanças daquele país, Wopke Hoekstra, sugeriu investigar-se por que certos países não pouparam o suficiente e, agora, não têm margem orçamentária para enfrentar a pandemia.
"Esse discurso é repugnante dentro da União Europeia", criticou ontem o mandatário português, Antonio Costa, advertindo que "mesquinharia recorrente mina totalmente o espírito da União Europeia.
Esta crise não será resolvida se cada país decidir agir por sua conta", assinalou, por sua vez, a ministra da Fazenda e porta-voz do governo espanhol, María Jesús Montero, lembrando que este tipo de atitude "espalhou sementes de descontentamento" com a Europa durante a recessão iniciada em 2008.
Como na crise da dívida da zona do euro, entre 2010 e 2012, trava-se uma batalha dentro da UE entre o sul, partidário de uma maior solidariedade fiscal, e o norte, desconfiado da negligência orçamantária dos vizinhos.
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