O conselheiro científico do Ministério da Saúde da Itália, Walter Ricciardi, prevê que até o final de 2021, dezenas de milhões de residentes no país poderão ser vacinados contra a covid-19, mas será necessário esperar até 2022 para imunizar toda a população.
Uma das vozes mais respeitadas durante esta pandemia e nem sempre em linha com as decisões do governo apesar de ser um dos seus conselheiros, o médico explicou durante encontro com jornalistas estrangeiros, em Roma, que se tudo correr bem, dezenas de milhões de italianos estarão vacinados em meados do próximo ano.
Mas para que os 60 milhões de habitantes da Itália sejam vacinados, será preciso esperar até 2022.
Sobre a chamada imunidade de rebanho, Walter Ricciardi argumentou que isso só ocorrerá se uma grande parte da população for vacinada, se não houver problemas com a distribuição das vacinas e de acordo com o tempo de proteção dada pela vacina. "Se todas essas condições forem atendidas, então isso pode ser feito", explicou.
A este respeito, ele explicou que a capacidade de produção de vacinas das farmacêuticas Pfizer e Moderna, já aprovadas, será muito importante para que cheguem à Itália e espera-se que a AstraZeneca/Oxford possa ser acrescentada.
Embora a vacina possa proteger poucos por apenas alguns meses, para Ricciardi "é muito importante vacinar-se, pois protege pelo período necessário, como as vacinas contra a gripe".
"Embora não seja permanente, é importante que nos permita conviver com o vírus. Será necessário sermos vacinados a cada temporada", afirmou.
Embora o governo italiano esteja atualmente inclinado a não tornar a vacinação obrigatória, Ricciardi explicou que no futuro poderia ser tomada uma decisão para "torná-la obrigatória para algumas categorias".
Uma paciente de Roma será a primeira pessoa na Itália a receber a vacina contra a covid-19, no próximo dia 27, data simbólica do início da campanha de vacinação, que começará oficialmente em meados de janeiro.
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