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Taleban anuncia primeiro cessar-fogo temporário no Afeganistão

A interrupção temporária do confronto segue a decisão do presidente afegão Ashraf Ghani.

O Taleban anunciou neste sábado o primeiro cessar-fogo desde a invasão do Afeganistão liderada pelos Estados Unidos em 2001. No anúncio, o grupo diz que iria interromper as operações militares contra as forças do governo em respeito a celebração do Eid al-Fitr, data que marca o fim do Ramadã.

A interrupção temporária do confronto segue a decisão do presidente afegão Ashraf Ghani de anunciar, na quinta-feira, um período de oito dias de cessar-fogo unilateral na ofensiva contra o Taleban para coincidir com o festival de três dias que marcam o encerramento do Ramadã, período sagrado para os muçulmanos.

O Taleban, maior e mais potente grupo de insurgentes do Afeganistão, não explicou a decisão. O anúncio, porém, parece ser um esforço do grupo para reconquistar algum espaço político depois do anúncio de cessar-fogo de Ghani e sua oferta, feita em fevereiro, de reconhecer o Taleban como uma entidade política e entrar em negociações de reconciliação sem impor condições se o movimento islâmico aceitasse encerrar o conflito. O Taleban não respondeu formalmente a proposta de paz do presidente afegão.

Em seu anúncio, o Taleban abre apenas uma exceção: a medida não é válida para as forças dos EUA (lideradas pela Otan). O grupo afirma que continuará a atacar "invasores estrangeiros". O Eid começa em 16 de junho.

Ghani elogiou o movimento, mas não houve nenhuma resposta imediata dos militares dos EUA. As autoridades norte-americanas, porém, devem considerar a decisão um sinal de progresso.

Desde o anúncio da nova estratégia do presidente Donald Trump para o Afeganistão, em agosto, os EUA tem intensificado os ataques aéreos e deslocado centenas de tropas adicionais por terra. A intenção é dividir o Taleban e forçá-lo a sentar na mesa de negociações. De fato, se o cessar-fogo do grupo for respeitado por suas diversas facções isso será visto pelos oficiais norte-americanos e afegãos como um teste de sua coerência e da nova estratégia. Fonte: Dow Jones.


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