Mônica Moura, mulher do marqueteiro João Santana, afirmou em depoimento da delação premiada, que o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, repassou US$ 11 milhões em dinheiro para financiar a campanha de 2012 de Hugo Chávez, ex-presidente venezuelano, morto em 2013.
Na época, Maduro era chanceler, e segundo Mônica, ele fez o repasse na própria sede da chancelaria, localizada em Caracas, na capital venezuelana. As pastas com dinheiro eram entregues no gabinete do atual presidente, que garantia à marqueteira escolta até a produtora para reforçar a segurança dela.
Ainda segundo a marqueteira, Maduro exigiu que quase todos os pagamentos para a campanha pela reeleição de Chávez fossem feitos “por fora”. Esses repasses eram feitos por meio das empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez.
Maximilien Arvelaiz, na época, embaixador da Venezuela no Brasil, era como uma espécie de articulador da campanha de Chávez, responsável por manter, ao mesmo tempo, boa relação com as construtoras e com a cúpula do Partido dos Trabalhadores.
- Foto: Miraflores Palace/Reuters
Nicolás Maduro
De acordo com a Veja, o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, também foi apontado como um “elo” entre a equipe da Agência Pólis, comandada por João Santana, e a campanha de Chávez. Como resultado, Franklin Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação de Lula, foi contratado para elaborar a campanha de Chávez na internet.
Segundo Mônica, Maduro era sempre “muito desconfiado” e por isso evitava entregar dinheiro vivo para mais de uma pessoa. Ele dava todo o valor a ela que, em seguida, fazia os repasses. Na delação, Moura disse ter dado dinheiro, também por fora, para Mônica Monteiro, mulher de Franklin Martins.
Ela detalhou ainda que, além dos 11 milhões pagos pelas mãos de Maduro, a Odebrecht arcou com 7 milhões pela campanha de Chávez. Já a Andrade Gutierrez pagou 2 milhões de dólares. Restou uma dívida, nunca saldada, de 15 milhões de dólares.
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