A maratonista olímpica Rebecca Cheptegei, de Uganda, morreu nesta quinta-feira (05), 4 dias após ser queimada pelo ex-namorado na casa onde morava, no Quênia. A atleta foi atacada na frente das filhas e teve 80% do corpo queimado.

A atleta de 33 anos havia disputado a maratona nos Jogos Olímpicos de Paris no mês passado. Segundo o diretor da UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH) na cidade de Eldoret, no Quênia, Kimani Mbugua, Rebecca Cheptegei “morreu por volta das 5h30”.

“Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência múltiplos dos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso”, afirmou o diretor. Ele ainda acrescentou que, “considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena”.

O crime

Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade da vítima, no domingo (01), no momento em que ela estava na igreja com as filhas.

A atleta vivia com sua irmã e duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, no Quênia, informou seu pai, Joseph Cheptegei. Segundo o jornal “The Standard”, quando elas voltaram da igreja, Dickson jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo na frente das filhas, de 9 e 11 anos.

De acordo com relatos do pai de Rebecca, o ataque contra a filha foi motivado por uma disputa envolvendo um terreno que havia comprado. O suspeito também teve queimaduras graves e está sendo tratado no mesmo hospital da ex-companheira.

O caso gerou revolta

O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare falou sobre a sua revolta envolvendo o “ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta”. “Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres”, disse o presidente.

A confederação de atletismo do Quênia, Athletics Kenya afirmou que a morte “prematura e trágica é uma perda profunda”.

A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo disse estar “profundamente abalada e indignada” com a morte da maratonista. “Essa violência sem sentido deve parar”, disse no seu perfilo no Instagram.