A Coreia do Norte divulgou, nesta sexta-feira (13), imagens de uma central de enriquecimento de urânio destinada à produção de armas nucleares. A divulgação ocorreu durante uma visita do ditador comunista Kim Jong-un as instalações, onde ele acompanhou a produção de ogivas e estabeleceu um plano de longo prazo para aumentar a produção.
Esta é a primeira vez que a Coreia do Norte compartilha imagens de suas instalações nucleares, apesar das frequentes ameaças de usar bombas atômicas. Segundo a imprensa estatal norte-coreana, Kim afirma que o arsenal nuclear é visto como vital para enfrentar as “ameaças nucleares anti-Coreia do Norte” das “forças vassalas liberadas pelos imperialistas dos Estados Unidos da América”.
Além da visita à central de enriquecimento, o órgão oficial de notícias do país relatou testes bem-sucedidos de um novo tipo de lança-foguetes múltiplos de 600 mm, totalmente automatizado. Os lançadores atingiram um alvo em uma ilha no Mar do Leste, cumprindo as exigências técnicas do exército norte-coreano.
O programa nuclear da Coreia do Norte, que começou de forma clandestina na década de 1980 enquanto o país ainda era signatário do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), está proibido pelas sanções das Nações Unidas. No entanto, o apoio de aliados como China e Rússia tem permitido ao país continuar realizando testes nucleares. A construção de armas nucleares é uma prioridade para a dinastia Kim, que governa a Coreia do Norte há mais de 75 anos, facilitada pela presença de jazidas de urânio em seu território.
A divulgação das imagens e a contínua expansão do programa nuclear norte-coreano têm causado tensões nas relações diplomáticas com a Coreia do Sul, Estados Unidos e Japão. O Ministro de Unificação da Coreia do Sul, CHO Myung-gyon, reagiu às fotos, afirmando que a Coreia do Sul nunca aceitará que o Norte possua armas nucleares.
Especialistas como Hong Min, do Instituto para a Unificação Nacional da Coreia, sugerem que a publicação das imagens pode estar relacionada com as eleições presidenciais dos Estados Unidos, enviando uma mensagem ao próximo governo de que é impossível desnuclearizar a Coreia do Norte. "É uma mensagem para o próximo mandato de que é impossível desnuclearizar a Coreia do Norte", disse o analista à Associated Press.
Com colaboração da repórter Izabella Furtado