A decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela em validar a vitória do ditador Nicolás Maduro na última eleição presidencial do país foi rejeitada nesta sexta-feira (23) por dez países latino-americanos, pelos Estados Unidos, União Europeia e Organização dos Estados Americanos (OEA). A decisão da Justiça bolivariana foi dada na quinta-feira (22) e o Brasil ainda não se manifestou sobre a determinação.

Entre os países latino-americanos que se posicionaram contra a suposta verificação e homologação do resultado estão Argentina, Costa Rica, Chile, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Por meio de comunicado, os governos destes países e dos EUA reiteraram o posicionamento anterior de considerar inválida o comunicado do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano. O posicionamento é influenciado especialmente pela falta de transparência do pleito, rejeitando assim, a determinação da Justiça da Venezuela, que também não apresentou a contagem de votos.

“Nossos países já haviam manifestado o desconhecimento da validez da declaração do CNE, logo depois de que o acesso dos representantes da oposição à contagem de votos foi impedida, da não publicação das atas e da recusa posterior em que se fizesse uma auditoria imparcial e independente”, diz trecho do posicionamento.

A OEA também seguiu o mesmo parecer, e que “rejeita categoricamente” a decisão do órgão eleitoral venezuelano. “Esta Secretaria Geral reitera que o CNE proclamou Maduro de forma precipitada, com base num boletim parcial emitido oralmente, com números que apresentavam impossibilidades matemáticas e sem apresentar os resultados desagregados”, publicou a organização internacional.

Por sua vez, a União Europeia afirmou que só reconhecerá a reeleição de Maduro quando este comprovar que venceu o pleito presidencial, realizado no dia 28 de julho. “É preciso provar esse resultado eleitoral. Até agora não vimos nenhuma prova e, enquanto não virmos um resultado que seja verificável, não vamos reconhecer (a vitória)”, destacou Josep Borrell, alto representante da União Europeia para Assuntos Exteriores.