Celso Amorim , assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva , se reuniu nesta segunda-feira (29) com o ditador venezuelano Nicolás Maduro em Caracas. A reunião ocorreu um dia após as eleições presidenciais, disputadas entre Maduro e o oposicionista Edmundo Gonzalez. A oposição alega falta de transparência e respeito aos princípios democráticos, exigindo a apresentação das atas de votação, que ainda não foram divulgadas.

Enquanto Maduro se declara vencedor, a oposição também reivindica a vitória. O Brasil mantém uma posição de cautela. O Itamaraty declarou que aguardará a divulgação das atas eleitorais para confirmar o resultado de forma imparcial. Além disso, o Itamaraty proibiu a participação da embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, em um evento onde Maduro se proclamou vencedor.

Amorim foi enviado por Lula para avaliar as condições do pleito na Venezuela, enquanto países como Argentina, Chile e Uruguai já expressaram desconfiança em relação ao resultado anunciado por Maduro, que preside a comissão eleitoral. Desde o início de seu mandato, Lula tentou integrar Maduro ao continente, acreditando que a melhor forma de fortalecer a democracia venezuelana era aproximar o país da comunidade sul-americana.

No entanto, as ações de Maduro, como ameaçar tomar parte do território da Guiana e impedir a participação de oposicionistas nas eleições, foram criticadas até pelo próprio Lula. A situação se agravou com declarações de Maduro, sugerindo um banho de sangue caso não vencesse.

As atitudes de Maduro na véspera da eleição levaram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) brasileiro a desistir de enviar observadores ao pleito na Venezuela. Essa decisão foi uma clara demonstração de que o TSE não queria se associar ao processo eleitoral no país vizinho. Outros países da região também manifestaram desconfiança e críticas à condução das eleições por Maduro.