O Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), partido ao qual Nelson Mandela foi filiado e dominante na cena política da África do Sul nos últimos 30 anos, perdeu a maioria absoluta nas eleições gerais, neste domingo (02). Com isso, a sigla tem 14 dias para formar uma coalizão e manter o atual presidente Cyril Ramaphosa na liderança do país.
De acordo com os resultados oficias, o CNA conquistou 159 cadeiras das 400 na Assembleia Nacional do país, segundo a agência Reuters. O valor é uma perda significativa em comparação com a última eleição, quando o partido conquistou 230 assentos do legislativo.
O presidente Ramaphosa destacou que o pleito parlamentar reforçou a democracia vigente. "Os sul-africanos esperam agora que os partidos possam se entender, resolver suas diferenças e agir em conjunto para o bem de todos. Foi isso que a população disse nas urnas. Uma vitória da nossa democracia. É hora de colocar a África do Sul em primeiro lugar", disse o mandatário.
Já o partido de centro-direita AD (Aliança Democrática), principal força de oposição e liderado por John Steeinhuisen, marcou 21,8%, garantido 87 cadeiras no Parlamento. Duas siglas populistas de esquerda que surgiram a partir de dissidências do CNA também tiveram resultados relevantes: o MK, do ex-presidente Jacob Zuma (2009-2018), conquistou 14,5% do eleitorado, equivalente a 58 assentos, e o CLE (Combatentes da Liberdade Econômica) teve 9,5% e elegeu 39 parlamentares.