Um pai e uma filha brasileiros foram presos na cidade do Porto, em Portugal , acusados de aplicar diversos golpes de aluguel de carros no Brasil. Os crimes ocorreram em Hortolândia e Sumaré, em São Paulo. Cláudio Roberto Reis, de 50 anos, e Thalita Reis, de 29, foram capturados pela Polícia Judiciária do país europeu, nesta terça-feira (16).

Segundo a Polícia Civil, a investigação contra pai e filha foi iniciada há dois anos, e a prisão só foi possível após a Justiça abrir os mandados pelos golpes, na Interpol.

De acordo com a polícia de Portugal, pai e filha estavam sendo procurados pela “prática de crimes de associação criminosa e burla qualificada”. Os dois são acusados de causar um prejuízo de R$ 43 milhões de março de 2019 até junho de 2022.

Os criminosos usavam a empresa de fachada RT&T - Rent a Car Locadora de Veículos para aplicar os golpes na cidade de Hortolândia, no interior de São Paulo.

Como funcionava o esquema

O pai e a filha realizavam os golpes ao alugar os carros para as vítimas e cobrar um valor a mais no momento de entrega dos veículos. O dinheiro deveria ser devolvido aos clientes no fim do contrato de 15 meses, caso outro veículo não fosse locado antes do período final.

As concepcionárias em que os dois sublocavam os carros, também não recebiam o dinheiro.

Após diversas denúncias de vítimas, os dois encerram as atividades e fugiram para Portugal, com uma autorização de residência.

Depois da prisão, os dois passaram por audiência e o pai foi solto em condicional e vai ter que comparecer à Justiça três meses por semana. A filha teve a prisão convertida em preventiva. Carlos Roberto teve o passaporte retido.

Defesa

O advogado de defesa da família, Diego Bove, afirmou que a empresa passou por dificuldades financeiras na época do covid-19. “O valor apontado como total não corresponde à realidade e seria o somatório do valor dos veículos e do que as pessoas teriam de lucro. Os veículos já foram entregues aos proprietários”, disse Bove.

Além disso, a defesa ainda afirmou que eles viajaram para Portugal após receberem ameaças no Brasil e que após a prisão as ameaças voltaram a ocorrer. “A notícia da prisão deles em Portugal reativou intensamente as ameaças. Algo fruto da raiva e frustração do momento”, afirmou Diego Bove.