Os portugueses foram às urnas neste domingo (10) em uma votação para a formação do novo Parlamento , que resultou na vitória da centro-direita no país.

A Aliança Democrática (AD), uma coalizão entre o Partido Social Democrata (PSD) e o Centro Democrático Social (CDS), conquistou a maioria das cadeiras, um total de 79.

Na sequência, com menos de 1% de diferença e dois deputados a menos, ficou o Partido Socialista (PS), que sofreu um revés após quase nove anos no poder, devido ao escândalo de corrupção envolvendo o primeiro-ministro António Costa no ano passado. Após o anúncio da investigação, o presidente do país, Marcelo Rebelo de Souza, decidiu antecipar a votação. O PS garantiu 77 cadeiras no novo pleito.

Apesar da vitória, a AD não conseguiu obter uma maioria para formar um novo governo em Portugal. Nesse cenário, o líder da aliança, Luís Montenegro, terá a missão de negociar com os socialistas ou com o Chega, um partido de direita anti-imigração que se tornou a terceira maior força política do país, conquistando 48 cadeiras nessas eleições, um crescimento expressivo de quase quatro vezes na quantidade de assentos sob seu controle no Parlamento.

Após o líder socialista Pedro Nuno Santos admitir a derrota da legenda nas urnas, Montenegro afirmou em seu discurso: “O povo português falou. Eles querem um governo diferente, políticas diferentes, partidos renovados e diálogo entre seus líderes… E é isso que estamos preparados para oferecer”.

Pouco depois do encerramento da votação, o líder do Chega, André Ventura, fez uma declaração apelando para que o país fosse governado por "todos os partidos de direita". No entanto, Montenegro assegurou em seu discurso que não se envolveria com a direita anti-imigração, algo que defendeu durante sua campanha.

Outra possibilidade para a formação de um novo governo é um acordo entre a AD e o Partido Socialista (PS). O presidente português, Marcelo Rebelo de Souza, realizará consultas nesta semana com lideranças de todos os partidos para desenvolver uma proposta a Montenegro.

A divisão do Parlamento português abre outra opção futura: a convocação de novas eleições no final do ano. A constituição portuguesa estabelece que devem decorrer seis meses antes da convocação de um novo pleito, e estas só podem acontecer 55 dias depois dessa data estabelecida.

Montenegro e seu gabinete tomarão posse no próximo mês no Parlamento. No entanto, os próximos passos envolvendo a política portuguesa ainda estão indefinidos.