A Argentina atingiu um recorde de 20 anos em janeiro com 57% da sua população vivendo na pobreza e 15% na indigência, segundo projeções do Observatório da Dívida Social da Universidade Católica Argentina (UCA). A pobreza no país tem aumentado há mais de uma década, mas os números dispararam nos últimos dois meses devido à explosão de preços.
A porcentagem de pobres representa 27 milhões de pessoas em todo o país. A última vez que a Argentina viu níveis tão altos de pobreza foi em 2004, durante a gestão do peronista Néstor Kirchner, três anos após uma de suas piores crises econômicas e sociais.
Desde dezembro, quando Milei assumiu a presidência, a Argentina tem vivido uma corrida inflacionária diária em todos os setores. O objetivo do atual presidente é corrigir a distorção dos valores nas prateleiras, estancar a impressão de dinheiro que gera mais inflação, reduzir os gastos e a interferência do Estado, zerar o déficit fiscal e reequilibrar as contas públicas.
Os dados da UCA indicam que a pobreza saltou de 45% no terceiro trimestre de 2023 para 50% em dezembro, e então para 57% em janeiro. A indigência, que está incluída nesse número, passou de 10% no terceiro trimestre de 2023 para 14% em dezembro e 15% em janeiro. O órgão conclui que o aumento dos planos sociais pelo governo de Milei amortizou o crescimento da indigência previsto para o mês passado.