O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou pela primeira vez acerca da morte do maior opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny , morto em uma prisão na Sibéria. Em viagem à Etiópia, Lula afirmou, neste domingo (18), que não pretende acusar ninguém pela morte de Navalny.
Nesse contexto, o presidente afirmou que o caso deve ser investigado, e só assim, será apontado um suspeito que tenha possível envolvimento na morte de Alexei Navalny. “Se a morte está sob suspeito, temos que primeiro fazer uma investigação para saber do que o cidadão morreu”, afirmou Lula.
Dito isso, o chefe do Executivo brasileiro destacou que irá aguardar um parecer dos médicos legistas russos antes de se manifestar oficialmente sobre o ocorrido, o que para ele é uma questão de “bom senso”.
“Senão você julga agora que foi não sei quem que mandou matar e não foi. Depois você vai pedir desculpas? Para que essa pressa de acusar alguém?”, questionou o presidente.
Durante coletiva de imprensa, o presidente brasileiro também apontou a semelhança entre a investigação sobre a morte de Marielle Franco e o opositor de Putin. “E não estou com pressa de dizer quem foi que matou [Marielle]. Eu quero achar. Não quero especulação. Então, o cidadão [Navany] morreu na prisão. Eu não sei se ele estava doente, não sei se ele tem algum problema”, reiterou Lula.
Morte de Navalny
Navalny morreu nessa sexta-feira (16), após uma caminhada na colônia penal siberiana “Polar Wolf”. Até o momento, as causas de morte ainda não foram divulgadas.
Ele foi condenado a 30 anos de prisão por diversas acusações, em especial a oposição ao presidente russo Vladimir Putin. Preso desde 2021, quando retornou da Alemanha após tratar efeitos de um envenenamento, Navalny reforçou seu posicionamento anti-Putin, e diversas vezes deflagrou greves de fome, em protesto às condenações, que classificou como perseguição política.