O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu , demitiu nesta terça-feira (5) o ministro da Defesa, Yoav Gallant, em meio a divergências sobre a condução da guerra na Faixa de Gaza. Netanyahu afirmou que existiam “muitas lacunas” entre ele e Gallant na gestão dos conflitos e que uma crise de confiança inviabilizou a condução “normal” das operações militares do país. Para substituir Gallant, o premiê nomeou o atual chanceler Israel Katz, enquanto Gideon Saar deve assumir o Ministério das Relações Exteriores.
As tensões entre Netanyahu e Gallant, embora já presentes, tornaram-se mais evidentes à medida que a guerra em Gaza se estendeu, com operações também se expandindo para o Líbano. O primeiro-ministro defendia uma postura militar incisiva contra o Hamas, enquanto Gallant adotava uma visão mais pragmática, argumentando que a força militar israelense havia criado condições para negociações diplomáticas, inclusive para libertar reféns. Essa diferença de abordagem dificultou o alinhamento entre ambos.
A disputa sobre a condução das operações em Gaza começou após o ataque de 7 de outubro de 2023, quando militantes do Hamas lançaram um ataque ao sul de Israel, matando 1,2 mil pessoas e fazendo cerca de 250 reféns, de acordo com dados israelenses. Desde então, mais de 100 pessoas continuam em cárcere pelo grupo militante, e o conflito se intensificou, causando baixas significativas em ambos os lados.
Dados do exército de Israel, divulgados no início de outubro, indicam que 782 soldados israelenses perderam a vida em combates na Faixa de Gaza e em ataques atribuídos ao Hamas. Já no território palestino, o Ministério da Saúde informou que aproximadamente 42 mil pessoas foram mortas como resultado das ações militares israelenses, evidenciando a dimensão e o impacto do conflito na região.
Essa não é a primeira tentativa de Netanyahu de remover Gallant do cargo. Em março de 2023, uma tentativa similar gerou protestos massivos nas ruas contra o primeiro-ministro, e ele também cogitou a demissão do ministro no verão passado, mas somente oficializou a decisão agora, em meio ao prolongamento da guerra e à escalada das tensões dentro do governo.