O corpo do jovem venezuelano Andris David Mattey Nadales, de 19 anos, foi encontrado em um cemitério clandestino vinculado à facção criminosa Comando Vermelho (CV). O local foi descoberto pela Polícia Civil de Mato Grosso no dia 10 de janeiro, na cidade de Lucas do Rio Verde (MT).
Além do jovem, outras 11 vítimas foram assassinadas e enterradas no local, que fica em uma área de mata. A família informa que o rapaz havia se mudado para a região para trabalhar em um frigorífico multinacional.
Com a identificação do cadáver, a família de Andris deu início a uma campanha para conseguir repatriar o corpo do jovem. “Peço ajuda para trazer o corpo do meu filho, que saiu para trabalhar e ajudar a mim e ao seu pai. Ele tinha muitos projetos”, disse a mãe do rapaz, através das redes sociais.
De acordo com informações da polícia, ele desapareceu no início do ano, após ser sequestrado. A família mantinha esperanças de encontrá-lo com vida, pois o celular do rapaz seguia ativo, mesmo após seu sumiço.
Um suspeito de matar o jovem já foi preso, e um segundo envolvido morreu durante operação policial.
Outros corpos no cemitério
O caso de Andris foi crucial para que a polícia identificasse o local exato e confirmasse a suspeita de que havia um cemitério clandestino do Comando Vermelho na cidade. Na área, foram encontrados 12 corpos, quatro deles já foram identificados. É investigado se a motivação dos crimes é vingança, venda de drogas sem autorização da facção, suspeita de participação em outros grupos, gestos com a mão relacionados à facções rivais, dentre outros.
Além do venezuelano, a perícia já divulgou as identidades de Rafael Pereira de Souza, 34 anos, natural de Rondonópolis (MT); Wilner Alex de Oliveira Silva, 29 anos, natural de Poxoréu (MT); e Mateus Bonfim de Souza, 18 anos, de Lucas do Rio Verde. A suspeita é que o cemitério vinha sendo utilizado pelo CV desde 2022, pelo menos.