O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas ( GAECO ), do Ministério Público do Maranhão , denunciou Adriano Rodrigues dos Santos, servidor da própria instituição, pelos crimes de peculato, usurpação de função pública e falsa identidade ao utilizar veículo oficial da Promotoria de Justiça de São Pedro da Água Branca (MA) para fins pessoais e se passar por promotor em diversas ocasiões, incluindo participar de eventos e realizar inspeções irregulares. A denúncia foi assinada pelos promotores Ana Carolina Cordeiro de Mendonça, Fernando Antonio Berniz Aragão e Marcos Valentim Pinheiro Paixão, no dia 19 de dezembro de 2024.
A denúncia detalha que os crimes ocorreram entre junho de 2023 e janeiro de 2024. A investigação teve início após denúncia de um ex-prefeito de Itinga do Maranhão, Raimundo Pimentel Filho, que relatou que Adriano teria solicitado R$ 200 mil em troca de ações contra o prefeito em exercício.
Durante o apurado, foram descobertos outros atos ilícitos, como o uso irregular de recursos destinados ao abastecimento de veículos do Ministério Público. O servidor teria realizado abastecimentos incompatíveis com as demandas da promotoria, além de evidências de que usava o cartão oficial para abastecer seu carro particular. Depoimentos e registros de consumo fundamentaram as suspeitas de desvio de recursos públicos.
O relatório do GAECO indicou que Adriano se apresentava como promotor de Justiça tanto para autoridades locais quanto para a população. Na denúncia do MP, testemunhas relataram que o denunciado costumava frequentar eventos públicos na condição de representante do Ministério Público, mesmo sem autorização formal dos promotores responsáveis. Além disso, dados extraídos do celular do acusado mostram imagens e documentos que indicam sua atuação em atividades para as quais não possuía competência, como inspeções de ônibus realizadas sem ordem válida.
A denúncia ainda aponta que o servidor, ao tomar conhecimento das investigações, teria apagado mensagens e documentos relevantes, dificultando a obtenção de provas. No entanto, testemunhos, documentos apreendidos e registros oficiais foram considerados suficientes para embasar a acusação. Entre os elementos apresentados, consta o relato de um gerente de posto de combustível que confirmou que Adriano era o único responsável pelo veículo oficial e realizava abastecimentos excessivos, mesmo sem demandas externas.
O Ministério Público pede ainda que Adriano Rodrigues seja condenado pelos crimes de peculato, usurpação de função pública e falsa identidade, com base nos artigos 312, 328 e 307 do Código Penal. Também foi solicitada a perda do cargo público e a reparação dos danos causados, incluindo compensação financeira por danos materiais e morais coletivos.
Outro lado
O servidor não foi localizado para comentar o caso. O espaço segue aberto para esclarecimentos.