Apesar de estar internado há 16 dias, o papa Francisco continua cumprindo as obrigações inerentes ao papado. Na manhã deste domingo, ele compartilhou uma mensagem no texto do Angelus, no qual afirmou estar rezando pelas regiões devastadas pela guerra, como a Ucrânia e a Palestina.
“Irmãs e irmãos, envio-lhes esses pensamentos do hospital, onde, como sabem, estou há vários dias, acompanhado por médicos e profissionais de saúde, a quem agradeço profundamente pelo cuidado com que me assistem”, escreveu o papa. “Nestes momentos, aprendemos ainda mais a confiar no Senhor”, complementou.
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Além disso, o papa expressou sua gratidão aos fiéis de todo o mundo, que têm se unido em oração pela sua recuperação.
“Eu também rezo por vocês. E rezo especialmente pela paz. Daqui, a guerra parece ainda mais absurda. Rezemos pela martirizada Ucrânia, pela Palestina, por Israel, pelo Líbano, por Mianmar, por Sudão, por Kivu”, disse o religioso.
Leia o Angelus na íntegra:
Queridos irmãos e irmãs,
No Evangelho deste domingo (Lucas 6:39-45), Jesus nos faz refletir sobre dois dos cinco sentidos: a visão e o paladar. Com relação à visão, pede para treinar os olhos para observar bem o mundo e julgar o próximo com caridade. Diz o seguinte: “Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão” (versículo 42). Somente com esse olhar de cuidado, não de condenação, a correção fraterna pode ser uma virtude.
Porque se não for fraterna, não é uma correção! Com relação ao paladar, Jesus nos lembra que “toda árvore é reconhecida pelos seus frutos” (versículo 44).
E os frutos que vêm do homem são, por exemplo, as suas palavras, que amadurecem em seus lábios, de modo que “sua boca fala do que o coração está cheio” (versículo 45). Os frutos ruins são as palavras violentas, falsas, vulgares; aqueles bons são as palavras justas e honestas que dão sabor aos nossos diálogos.
E, então, podemos nos perguntar: como eu olho as outras pessoas, que são meus irmãos e irmãs? E como me sinto visto por eles? As minhas palavras têm um sabor bom ou estão impregnadas de amargura e de vaidade?
Irmãs e irmãos, envio-lhes esses pensamentos ainda do hospital, de onde como vocês sabem, estou há vários dias, acompanhado pelos médicos e profissionais de saúde, a quem agradeço pela atenção com que cuidam de mim.
Sinto no coração a “bênção” que se esconde na fragilidade, porque justamente nestes momentos aprendemos ainda mais a confiar no Senhor; ao mesmo tempo, agradeço a Deus porque me dá a oportunidade de compartilhar no corpo e no espírito a condição de tantas pessoas doentes e sofredoras.
Gostaria de agradecer as orações que se elevam ao Senhor do coração de tantos fiéis de muitas partes do mundo: sinto todo o carinho e a proximidade de vocês e, neste momento particular, sinto-me como que “carregado” e apoiado por todo o Povo de Deus. Obrigado a todos!
Eu também rezo por vocês. E rezo especialmente pela paz. Daqui a guerra parece ainda mais absurda. Rezemos pela martirizada Ucrânia, pela Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão, Kivu. Confiemos em Maria, nossa Mãe.
Bom domingo e até logo.
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