O Ministério Público da Venezuela anunciou nessa segunda-feira (23) a soltura de 223 pessoas que foram presas durante os protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro. Ao todo, mais de 900 venezuelanos detidos nas manifestações já foram soltos.
Durante os protestos, cerca de 2,4 mil pessoas foram presas e em novembro o Ministério Público iniciou o processo para revisar os casos. As famílias e amigos dos detidos realizavam vigílias exigindo a libertação dos presos políticos.
Entre os libertados estavam adolescentes e o defensor dos direitos humanos e fundador do Comitê de Direitos Humanos de Coche, Edward Ocariz. A maioria dos libertados recebeu medidas cautelares.
As pessoas detidas enfrentaram acusações como terrorismo e incitação ao ódio, onde muitos foram presos sem mandado de captura, além de sofrerem abusos, torturas e maus-tratos, de acordo com familiares e organizações não governamentais. Ao menos três presos morreram sob custódia.
As manifestações se iniciaram após a oposição liderada por María Corina Machado alegar que Edmundo González havia vencido as eleições, e não Maduro. Contudo, o órgão eleitoral declarou Maduro reeleito, mas sem apresentar as atas eleitorais que comprovariam o resultado.
Estados Unidos e outras nações latino-americanas não reconheceram o resultado das eleições devido à falta de transparência. O Brasil também não endossou a reeleição de Maduro, exigindo a divulgação das atas eleitorais. Contudo, no dia 10 de janeiro, Maduro tomará posse para seu terceiro mandato.
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