Há 30 anos, no dia 1º de maio, o Brasil parava ao receber a notícia da morte de um dos maiores ídolos do esporte brasileiro. Em 1994, o tricampeão Ayrton Senna, que na época corria pela Williams, morreu após bater na famosa curva Tamburello, no Grande Prêmio de San Marino, em Ímola, na Itália.
A morte do piloto de 34 anos chocou todo o mundo do esporte e em especial os brasileiros. Na época, o então presidente Itamar Franco, decretou luto de três dias ainda no domingo, dia em que Senna morreu. O corpo do piloto chegou em São Paulo no dia 4 de maio, com o cortejo seguindo desde o Aeroporto de Guarulhos até a Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), local onde ocorreu o velório.
A comoção gerada pela morte do grande ídolo das pistas levou às ruas cerca de dois milhões de pessoas para acompanhar as solenidades, estas que incluíam o cortejo do aeroporto até a ALESP, e o cortejo final, até o Cemitério do Morumbi, onde Senna está enterrado. O velório ocorreu por cerca de 20 horas.
O último Grande Prêmio de Senna
Naquela temporada, Senna fazia a sua estreia na Williams, equipe que dominou os anos de 1992 e 1993, mas sofreu com mudanças no regulamento e não tinha o mesmo rendimento. O FW16, carro da escuderia, tinha problemas de dirigibilidade e não mantinha o ritmo de classificação durante as corridas. Por conta disso, Senna chegaria ao GP de San Marino sem ter pontuado no campeonato.
Na ocasião, o brasileiro havia abandonado durante o Grande Prêmio do Brasil e do Pacífico e chegou ao terceiro GP da temporada sem ponto algum, por isto, o GP de San Marino era de suma importância para Senna. Porém, o medo em torno da corrida cresceu na sexta-feira (29), ainda durante os treinos.
Um acidente envolvendo o novato brasileiro Rubens Barrichello causou espanto nos pilotos e fãs do automobilismo. No momento, a Jordan dirigida por Rubinho saiu em cima da zebra na curva variante Bassa, onde foi arremessada até a barreira de pneus, e posteriormente capotou na pista. O acidente deixou Barrichello inconsciente, e com duas fraturas: uma no nariz e no braço.
No entanto, a insegurança em torno do GP aumentou no sábado (30), quando o austríaco Roland Ratzenberger bateu durante uma volta rápida. O piloto foi atingido pela asa dianteira de Simtek, próximo à curva Villeneuve, e seu carro explodiu contra o muro. O austríaco teve lesões cerebrais e morreu.
Abalado com toda a situação, Ayrton Senna contestou a decisão da direção de prova da Fórmula 1 de manter a corrida naquele domingo, 1º de maio. Com a corrida mantida, Senna largou na pole position e mantinha vantagem sobre o segundo colocado, Michael Schumacher.
A corrida começou a complicar após a batida entre Lehto e Pedro Lamy, que ocasionou a entrada do Safety Car e consequentemente a diminuição na velocidade dos carros. A desaceleração levou os pneus a diminuírem a temperatura, causando a perda de aderência.
Após o reinício da prova, Senna se manteve na liderança, mas um problema na barra de direção do FW16 levou o brasileiro ao acidente fatal. A barra acabou quebrando e o carro de Senna não respondeu aos comandos antes da Tamburello, fazendo o piloto seguir reto na curva e bater na barreira de pneus com uma velocidade de quase 300km/h. O piloto ficou inconsciente desde o momento da batida e não reagiu aos atendimentos médicos ainda na pista e nem no hospital.
Ayrton Senna teve o seu crânio perfurado por uma parte da suspensão dianteira do carro e uma artéria temporal também foi perfurada. A morte do tricampeão foi confirmada pelos médicos no Hospital Maggiore.
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