Após ser punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com oito jogos de portões fechados, o Sport se pronunciou em torno da punição. Insatisfeitos com a pena aplicada, o Leão da Ilha afirmou que vai recorrer e ainda criticou a decisão, pois acredita que seja uma “cortina de fumaça”.
De acordo com o clube, a maneira que o assunto está sendo tratado é feita de forma rasa e as decisões tomadas já foram comprovadas como ineficazes. Até o momento, apenas o Sport foi penalizado, mas nenhuma prisão foi feita pela Polícia Civil de Pernambuco. Ao todo, 15 pessoas foram ouvidas, mas nenhuma foi presa.
“Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer Justiça, é querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema”, escreveu o Sport em nota.
O presidente do Sport, Yuri Romão, relatou que o clube não aceita essa punição, pois não se sente responsável pelo atentado ao ônibus do Fortaleza. “O Sport não aceita essa punição, pois não nos sentimos responsáveis por essa ação (...). Não é possível que após 20 dias do ocorrido ainda não tenhamos ninguém punido. Ou seja, os verdadeiros criminosos continuam soltos e nesse momento rindo do STJD . Quem está sendo punido é o clube, os nossos atletas e os nossos funcionários”.
O caso foi julgado pelo presidente da Segunda Comissão Disciplinar do STJD, Carlos Eduardo Cardoso, e por conta da decisão ter sido tomada em segunda instancia, o Sport pode recorrer a decisão.
Confira a nota completa do Sport
O Sport Club do Recife se posiciona contrário a punição imposta pela Segunda Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), na manhã desta terça-feira (12). A vice-presidência jurídica do Rubro-negro vai recorrer dessa decisão descabida e injusta.
Não se pode novamente tratar de um tema tão complexo, que hoje é uma chaga nacional, de maneira tão rasa. Não é possível ir pelo caminho de decisões comprovadamente ineficazes só para criar uma falsa sensação de justiça que nada reflete na realidade e que em nada resulta na redução da violência. É só mais uma cortina de fumaça.
Pelo contrário. Esse tipo de punição coletiva, na verdade, atinge milhões de torcedores inocentes e instituições com centenas de trabalhadores, profissionais e prestadores de serviço, deixando justamente o caminho livre para os verdadeiros criminosos cometerem atos de covardia e violência, como aconteceu no dia 22 de fevereiro. Criminosos que continuam soltos por aí, sem nenhuma responsabilidade dos atos e que seguem aterrorizando a todos que vivem o futebol brasileiro, independente de time, cidade ou Estado. O Sport não pode ser responsabilizado por isso!
Punir uma instituição que não tem nenhuma relação com a torcida organizada, que cumpriu com todas as orientações de segurança e que não tem nenhum poder de Estado para coibir bandidos pela cidade não é fazer justiça. É querer mostrar serviço sem atentar para o verdadeiro problema. A punição, além de não resolver, acoberta e tira o foco e a pressão de se investigar os culpados e as organizações criminosas por trás dos atos.
Não punir esses indivíduos, e sim os clubes, é um caminho desleixado para um problema tão sério. Estamos vivendo um problema social e não desportivo. Uma crise de segurança pública, de norte a sul, rodada após rodada. É preciso entender e levar a sério a complexidade do tema. Cobrar atitude dos órgãos responsáveis. Afinal, nenhum clube do Brasil vai resolver esse grave problema sozinho.
Só com comprometimento total do poder público, responsabilidade, rigidez e cooperação dos serviços de inteligência é que vamos avançar.
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