O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, anunciou nesta sexta-feira (25) que não vai renunciar o seu cargo dentro da entidade em Assembleia-Geral Extraordinária. Segundo o dirigente, ele não deixarará o cargo “por um selinho consentido” na jogadora Jenni Hermoso, durante a cerimônia de entrega de medalhas da Copa do Mundo Feminina.
“Me disseram que o melhor é que renunciasse. Tem que haver um motivo para te tirarem de um lugar. Um selinho consentido é para me tirar daqui? Quem me conhece sabe que iremos até o fim. Espero que a lei seja cumprida”, declarou o dirigente em seu discurso.
Durante a sua fala para os dirigentes das federações regionais da Espanha na Assembleia-Geral, Rubiales reafirmou que o beijo não foi forçado, ressaltando que o desejo durante a ação seria o mesmo que beijar uma de suas filhas. “O desejo que eu poderia ter naquele beijo era o mesmo que eu poderia ter beijando uma das minhas filhas. Portanto, não há desejo e não há posição de domínio. Foi um beijo espontâneo, mutuo e eufórico. E, acima de tudo, consentido”, tornou a afirmar.
Segundo o presidente da Federação Espanhola, ele teria pedido para Hermoso para dar um selinho nela durante a comemoração do título. Além disso, ele declarou que a jogadora teria entendido o pedido e consentiu.
Porém, na última quarta-feira (23), Jenni Hermoso publicou uma nota, através do FUTPRO. No comunicado, a jogadora pediu que “medidas exemplares” fossem tomadas contra Luis Rubiales.
Confira a nota da FUTPRO
Em decorrência dos acontecimentos durante a final da Copa do Mundo Feminina da FIFA, envolvendo o presidente da Real Federação Espanhola de Futebol, Luis Manuel Rubiales Béjar, e nossa afiliada, Jennifer Hermoso, deseja declarar o seguinte: O meu sindicato FUTPRO, em coordenação com a minha agência TMJ, encarregam-se de defender os meus interesses e ser os interlocutores nesta matéria.
Da nossa associação, pedimos à RFEF que implemente os protocolos necessários, garanta os direitos das nossas jogadoras e adote medidas exemplares. É fundamental que a nossa equipe, atual campeã do mundo, seja sempre representada por figuras que projetem valores de igualdade e respeito em todas as áreas. É preciso continuar avançando na luta pela igualdade, luta que nossas jogadoras têm travado com determinação, levando-nos à posição em que nos encontramos hoje. Apelamos ainda ao Conselho Superior do Desporto para que, no âmbito das suas competências, apoie e promova ativamente a prevenção e intervenção face ao assédio ou abuso sexual, machismo e sexismo.
A FUTPRO repudia qualquer atitude ou conduta que viole os direitos dos jogadores de futebol e do sindicato que trabalhamos para que atos como os que vimos nunca fiquem impunes, sejam sancionados e sejam adotadas as medidas pertinentes para proteger os jogadores de futebol de ações que acreditamos são inaceitáveis.
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