A Espanha chegou à glória máxima do futebol ao levar a Copa do Mundo Feminina para casa, mas ainda há muito o que se discutir após a conquista. Durante a comemoração no gramado do Estádio Olímpico de Sydney, o distanciamento entre a comissão técnica e as atletas ficou ainda mais evidente, com Jorge Vilda e seus auxiliares comemorando a vitória à parte do grupo de jogadoras.
Na comemoração do gol, a cena já ganhou o destaque das câmeras no estádio. Enquanto as atletas em campo e no banco de reservas comemoravam entre si, Vilda se limitou a sua comissão. Durante a entrega da taça, o técnico de 42 anos esteve em um papel coadjuvante e pediu permissão para levantar a Copa do Mundo, saindo de maneira discreta, quase pela porta dos fundos, logo em sequência.
Este clima nada agradável não acontece à toa. Há dez meses, um grupo de 15 atletas enviou um e-mail para a Real Federação Espanhola de futebol (RFEF) solicitando o desligamento do treinador e ameaçou não disputar o mundial.
mfw anyone tries to give Jorge Vilda credit for making a final #FIFAWWC pic.twitter.com/RiAbfzlfml
— Gal Pal Sports (@GalPalSports) August 16, 2023
A enfática reclamação das atletas alegava falta de cuidado médico adequado, pouco tempo de descanso entre as atividades e falta de privacidade. A metodologia de treinamento também foi questionado pelas atletas que, viram métodos defasados fazer com que o futebol praticado pelas Rojas ficasse defasado.
O técnico, que assumiu a seleção em 2015 envolto em desconfiança, disputou a Euro em 2017 e caiu nas quartas de final diante da Áustria. Em seguida, na Copa do Mundo de 2019, foi eliminado nas oitavas de final pelos Estados Unidos, que garantiu o título e logo depois, perdeu o vestiário. Vilda, porém foi respaldado pela RFEF, que bancou o treinador.
“Não vamos permitir que as jogadoras questionem a continuidade do treinador e de sua comissão técnica, pois tomar essa decisão não está dentro de suas possibilidades”, escreveram a Federação à época.
Ver todos os comentários | 0 |