O meio-campista N’Golo Kanté deve ser anunciado pelo Al-Ittihad, equipe saudita que contratou Karim Benzema na última terça-feira (6) e os grandes nomes do futebol europeu não devem parar por aí. Cristiano Ronaldo, outro ídolo máximo do Manchester United e do Real Madrid também está na liga e rios de dinheiro serão despejados em suas contas.
Kanté, por exemplo, deve assinar um contrato até 2025 que garante a ele um salário de 100 milhões de euro por temporada. Cristiano Ronaldo, ao assinar com o Al-Nassr garantiu a fortuna de 200 milhões de euros por ano, também com um contrato até 2025. Com um ano a mais, Karim Benzema receberá os mesmos valores que o astro português. Estamos falando de dois atletas Bola de Oura, ainda que não no auge de sua jovialidade, mas longe de um declínio físico acentuado.
Mas, afinal, o que está por detrás de tanta injeção de dinheiro na liga saudita? Principalmente: como os quatro principais clubes da Arábia tem conseguido tantos recursos para fazer com que a liga possa reunir nomes campeões do futebol europeu e o que está por detrás desse projeto? O governo.
O governo saudita criou o Public Investment Fund (PIF), anunciado pelo ministro do esporte Abdulaziz bin Turki Al-Faisal, e agora assumiu o controlo dos principais clubes do país do golfo: Al Ahli, Al Ittihad, Al Hilal e Al Nassr. 75% dos clubes da Saudi Pro League estarão sob tutela do fundo, com os 25% sobressalentes advém de duas organizações sem fins lucrativos. As diretorias dos clubes serão compostas por sete membros, cinco deles indicados pelo PIF – logo, o governo saudita e os outros dois pelas instituições que, de acordo com o ministro do esporte “uma instituição que inclui os atuais membros da assembleia geral do clube e os novos membros, e dois membros serão nomeados por eles na diretoria do clube, sendo que um deles será o presidente da diretoria”.
De acordo com o governo, os planos para assumir os clubes foram feitas no sentido de “promover oportunidades de investimento e um ambiente dde investimento atrativos no setor esportivo; promover o profissionalismo, a governança e a sustentatiblidade financeira dos clubes esportivos; e aumentar a competitiva e insfraestrutura dos clubes”. Ao fim e ao cabo a mensagem é: queremos cada vez mais astros em nosso futebol para que ele seja visto.
O projeto não se dá de maneira aleatória, afinal, a Arábia Saudita é uma das candidatas a sediar a Copa do Mundo 2030, através do projeto “Vision 2030”. A concorrência não é fácil e vai ao encontro de uma candidatura tripla entre Portugal, Espanha e Marrocos e Argentina, Paraguai e Uruguai. Os sauditas, inclusive, estudam lançar sua candidatura para 2034 caso os marroquinos tenham chances reais.
Ao todo, oito clubes devem contar com financiamento governamental, além do próprio PIF ser o controlador de 80% do Newcastle. De acordo com o governo saudita, a primeira meta é fazer com que os valores atuais da liga saltem dos 450 milhões de riyals – que equivalem a US$ 120 milhões – para 1, 8 bilhão de riyals – em torno de US$ 480 milhões anualmente.
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