Renato Rodrigues
Odair Hellmann teve um começo contestado pela torcida do Santos quando as vitórias não começaram a acontecer. Afinal, a equipe entrava para o terceiro ano sem se classificar para a fase mata-mata do Campeonato Paulista após uma derrota vexatória por 3 a 0 para o Ituano. Nos últimos três anos, Hellmann foi o técnico que mais teve tempo para treinos e contratações ao seu dispor, apesar do alto número de lesões de jogadores-chave, como Mendoza, Soteldo e Lucas Braga, além do zagueiro Joaquim e o afastamento de Eduardo Bauermann, por suspeita de envolvimento em esquemas de apostas.
Agora, são 25 jogos de Hellmann no comando santista, com 11 vitórias, sete empates e sete derrotas. No geral, os números representam 53,5% de aproveitamento, mas, após o Paulista – Brasileirão, Copa do Brasil e Sul-Americana, o Alvinegro Praiano tem 12 jogos com sete vitórias, dois empates e três derrotas. Neste recorte, o Peixe salta para 64% de aproveitamento.
A evolução vista até aqui tem algumas chaves que devem ser apontadas: o Santos consertou suas disputas de bola aérea defensiva e agora há imposição neste tipo de jogada e um melhor posicionamento do sistema defensivo, especialmente entre os zagueiros e o goleiro João Paulo.
O segundo ponto é a capacidade do time através de seu meio-campo. Ainda que falte imposição física em determinados momentos – que pode ser preenchida com Alison e Rodrigo Fernández, apesar de Odair Hellmann ter predileções em escalar Guilherme Camacho, o meio-campo santista tem outra tônica a partir da parceria entre Lucas Lima e Dodi. O volante e o meia têm sido responsáveis por ditar os ritmos no setor de maior combate em uma partida de futebol, Lucas Lima em 17 jogos já soma 7 assistências. Agora, Odair precisa fazer com que este setor e o ataque sejam mais coesos e consigam se aproximar de maneira mais eficiente para gerar mais problemas aos seus adversários. Falta agora um elemento, que pode ser Sandry, afastado desde a cotovelada sofrida no jogo diante da Portuguesa que o levou a fazer uma cirurgia no rosto.
O terceiro fator e provavelmente o mais importante: a base do Santos, mais uma vez, é responsável por conduzir a equipe. Este, porém, não pode mais ser visto como um movimento aleatório. A instituição Meninos da Vila se renova e mostra a cada ano que o Santos tem a capacidade de se manter competitivo. Lucas Pires, Ivonei, Sandry, Ângelo e principalmente Marcos Leonardo demonstram que o time é um dos principais celeiros de craques da América do Sul. Agora, com a estratégia adotada de trazer potenciais revelações para treinar junto ao elenco profissional, coloca em perspectiva um novo talento: Deivid Washington."
O garoto de 17 anos esteve nos 11 iniciais pela segunda vez e marcou seu segundo gol com a camisa santista na vitória por 1 a 0 diante do Vasco, no último domingo (14). O gol do Menino da Vila, inclusive, foi o 100º do Santos no confronto diante do Vasco.
Em 7º lugar no Brasileirão com 10 pontos somados em 6 jogos, o Santos agora precisa definir quais são suas metas para esta temporada, após dois anos seguidos de vexames em eliminações – como na Copa do Brasil diante do Corinthians e do Deportivo Táchira, na Sul-Americana – e buscar seu retorno à Libertadores. A maneira como Odair Hellmann utilizará seu elenco será a chave para esta temporada em um time que não é repleto de contratações.
Após a vitória, a equipe agora se recupera de olho em dois confrontos cruciais nesta semana e encara o Bahia no jogo 1 das oitavas de final da Copa do Brasil, na quarta-feira (17), na Vila Belmiro e logo em seguida o rival Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, novamente na Vila Belmiro.
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