Faltando dois anos para estrear como modalidade olímpica, o breaking terá seletivas nas cidades de Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Brasília (DF) e São Paulo (SP) durante o mês de julho, para escolher os melhores atletas para representar o Brasil na Final Mundial, que será em Nova York, berço da modalidade. Apesar de o País já ter sua primeira convocação anunciada, muitos competidores talentosos surgem nesses eventos classificatórios e é aí que podem aparecer no cenário esportivo.
No Brasil, o breaking faz parte do Conselho Nacional de Dança Desportiva, entidade filiada ao Comitê Olímpico do Brasil (COB). Mas existe um evento internacional famoso, considerado o Mundial da categoria, que é o Red Bull BC One, onde os grandes nomes da modalidade mostram seu talento. Até por isso, as inscrições para as seletivas no site do evento são bastante concorridas.
O formato de disputa começa com seletivas regionais, chamadas Cyphers, e nelas sairão quatro vencedores, dois de cada categoria (feminina e masculina). Aí esses 16 B-Boys e 16 B-Girls vão disputar a Final Nacional em São Paulo lutando por uma vaga em cada gênero para representar o Brasil em Nova York. Lá, eles vão competir no Last Chance Cypher em busca de uma vaga na grande final, em 12 de novembro. E este evento já será um aperitivo do que está por vir nos Jogos de Paris.
"Eu acredito que o fato de o breaking já estar dentro da próxima Olimpíada como dança desportiva mexe com a cena no geral e tem seus lados positivos e negativos, muito vai depender de como tudo vai se dar daqui até lá, pois a área esportiva é nova para nós, principalmente pelo breaking ser uma dança que está totalmente relacionada com a parte cultural. O impacto agora tem sido exatamente essa adaptação de nós breakers nos vermos também como atletas de alto rendimento e tudo que isso pode englobar em termos físicos, éticos, estruturais e psicológicos. Mesmo assim, no geral sinto que a expectativa é boa e estamos nos organizando ao máximo, conforme as nossas condições, para ter o Brasil em Paris-2024", afirma a B-Girl Maia.
Ela pratica o breaking há mais de dez anos e também é artista de circo no Distrito Federal. E foi em um evento qualificatório que se destacou e chegou à semifinal, assim como outro brasileiro, o B-Boy Mirley Allef. "Esses eventos geram oportunidades para que a nossa cultura cresça ainda mais em alcance e visibilidade, aumentando nossa chance de termos qualidade de vida vivendo do breaking", diz o maranhense, que é dançarino há 13 anos.
Para Maia, o Red Bull BC One é atualmente o maior evento de breaking do mundo. "Algo muito importante desse evento é que ele não é só a Final Mundial, ele está presente em muitos países fazendo seletivas e dando uma visibilidade muito importante para o cenário do breaking no mundo todo, dando oportunidade para o mundo conhecer breakers muito bons e dessa forma ajudando no destaque de muitos no cenário nacional e internacional. E pelo fato deste evento ser tão grande, ter destaque dentro dessa competição pode trazer bons frutos para aqueles que estão buscando chegar em Paris-2024, como visibilidade, possibilidade de suporte e investimento para o atleta", avisa.
O experiente Leony, um dos grandes nomes do breaking no Brasil, enxerga muitos impactos positivos para os atletas após a inclusão da modalidade no programa olímpico. "A inclusão do breaking na Olimpíada influenciou no lado financeiro até a maneira como cuidamos do nosso corpo. Por exemplo, hoje damos uma atenção muito maior para nossos corpos do que antes. E temos mais visibilidade também, estamos finalmente mostrando nossa arte para o mundo e para mais pessoas", explica. "O Red Bull BC One é o maior evento do mundo 1 x 1 e isso já um grande teste para saber quem está preparado para representar seu pais lá em 2024. O evento reúne os melhores, e isso já é uma espécie de teste pra chegar lá."
No total são 60 eventos qualificatórios em 30 países diferentes. E além das disputas olho no olho, existem as E-Battles, batalhas virtuais que os competidores enviam vídeos de até um minuto mostrando um pouco do talento que possuem. Curiosamente o Brasil é o país com o maior número de inscrições entre as 91 nações participantes, com quase um terço dos competidores. E pela primeira vez na história, quem ganhar as E-Battles carimbará o passaporte diretamente para o Mundial.
CALENDÁRIO DE DISPUTAS DO RED BULL BC ONE
10/7: Cypher Curitiba
16/7: Cypher Fortaleza
23/7: Cypher Brasília
29/7: Cypher São Paulo
29, 30 e 31/7: Red Bull BC One Camp - São Paulo
31/7: Final Nacional - São Paulo
12/11: Final Mundial - Nova York (EUA)
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