O brasileiro Darlan Romani fez história no Mundial Indoor do arremesso de peso neste sábado, a conquistar o ouro na Sérvia, batendo o recorde da competição. Esta é a primeira medalha do Brasil em Mundiais no arremesso do peso e também a primeira da carreira de Darlan. O catarinense de 30 anos se junta à Zequinha Barbosa (800 m), Fabiana Murer (salto com vara) e Mauro Vinícius "Duda" da Silva (salto em distância).
Em Belgrado, capital da Sérvia, Darlan superou o estadunidense Ryan Crouser, atual bicampeão olímpico, ao alcançar uma marca de 22,53m, recorde do campeonato e a 29 centímetros do recorde histórico do Mundial Indoor, que pertence a Crouser. Além de desbancar o rival, que não perdia uma competição há três anos, Romani melhorou sua melhor marca da carreira em competições indoor.
"Nossa medalha chegou e com recorde da competição. A responsabilidade aumenta mais ainda. Derrubei uma parede, um muro que tinha aí com esse quarto lugar. Bati na trave tantas vezes. Nosso sonho era fazer história e demos mais um passo", disse o atleta para as redes sociais da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Darlan vinha de dois quarto lugares na prova do peso em Portland-2016, nos Estados Unidos, e de Birmigham-2018, na Grã-Bretanha.
O ouro é quinto do Brasil na história do Mundial Indoor, além de cinco pratas e seis bronzes. Darlan Romani segue vivendo um grande momento em sua carreira, após o quarto lugar na Olimpíada de Tóquio, ouro nos jogos Pan-Americanos de Lima em 2019 e nos Jogos Mundiais Militares, em 2015 e 2019.
O brasileiro começou bem a competição em Belgrado, com um lançamento de 21,74 m. De cara, quebrou o recorde sul-americano indoor que havia estabelecido em Cochabamba, na Bolívia, ao conquistar o ouro com 21,71 m. Mostrou consistência e foi melhorando.
Fez um arremesso de 21,79 m na segunda tentativa e depois passou da marca dos 22 metros - 22,53 m - na terceira assumindo a liderança da prova, à frente de Ryan Crouser e Tomas Walsh. No quarto arremesso, Darlan fez 21,31 m, queimou o quinto, mas foi para a sexta e última rodada de arremessos na liderança. Viu os adversários diretos fracassarem, arremessou 22,18 m na última tentativa comemorou o título. Na comemoração, deu a volta olímpica na pista de 200 metros da Stark Arena.
Homenagem do COB
O feito de Darlan acontece no mesmo dia em que o Comitê Olímpico do Brasil (COB) eterniza três ex-atletas no seu Hall da Fama, o boxeador Servílio de Oliveira, o judoca Aurélio Miguel e Fofão, icônica jogadora da seleção brasileira de vôlei.
O Comitê Olímpico Brasileiro eternizou as mãos de três campeões olímpicos em seu Hall da Fama neste sábado. Os homenageados foram Servílio de Oliveira, bronze na Olimpíada do México em 1968 e primeiro medalhista do boxe brasileiro, Aurélio Miguel, judoca que ganhou ouro em Seul em 1988 e bronze em Atlanta em 1996, e Hélia Rogério de Souza Pinto, a Fofão do vôlei, ouro em Pequim em 2008 e bronze em Atlanta em 1996 e em Sidney 2000.
Os moldes foram feitos em cerimônia que ocorreu na cidade de Salvador. Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB, exaltou os grandes atletas brasileiros e citou algumas conquistas alcançadas pelo país recentemente em jogos olímpicos.
"Se hoje o Brasil chega nos Jogos Olímpicos com a condição de disputar várias medalhas olímpicas, conquistar 21 pódios na última edição, em Tóquio, foi porque outros grandes atletas desbravaram os caminhos. Homenagear, eternizar materialmente a história dele com a marca das mãos é de suma importância. O resgate e valorização da memória olímpica do Brasil é uma das missões do COB", disse o presidente do COB.
Servílio de Oliveira, de 73 anos, conquistou a primeira medalha olímpica brasileira na história dos jogos, na Cidade do México. O atleta fez 19 lutas no boxe profissional e venceu todas elas. O ex-boxeador agradeceu pela homenagem e ressaltou a importância de valorizar a história do esporte nacional. Aurélio Miguel, que trouxe uma inédita medalha de ouro para o judô brasileiro, também agradeceu a homenagem e ainda valorizou as leis de incentivo ao esporte.
"É importante manter a lembrança e a memória do esporte olímpico do Brasil. Quando disputei os Jogos Olímpicos de Seul, eu fui o sétimo ouro do Brasil. A partir de 1998, conseguimos as leis de incentivo, que fez com que conseguíssemos nos transformar numa grande potência. Só em Tóquio 2020, tivemos, por exemplo, medalhas de ouro no boxe, na vela, na maratona aquática, no surfe, na canoagem e na ginástica artística", afirmou Aurélio.
Representante da seleção brasileira de vôlei por 17 anos, 340 jogos, Fofão também elogiou a cerimônia. "Estou muito feliz e me sinto engrandecida pela homenagem. É uma moção muito grande ver grandes amigos que tivemos oportunidade de nos aproximar aqui, tanto na plateia quanto ao meu lado no palco. Esse é um daqueles momentos em que a gente agradece ao esporte tudo que ele nos proporcionou. Sou muito grata a todos que contribuíram na minha carreira", disse Fofão.
O Hall da Fama do Comitê Olímpico Brasileiro foi criado em 2018 e chega a 20 homenageados, contando com atletas e treinadores de modalidades olímpicas. Todos os integrantes terão seus moldes divulgados em um espaço de preservação da memória olímpica feito pelo COB.
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