Renato Rodrigues
O segundo dia de jogos na Copa do Mundo do Catar começam a trazer à tona as diversas posições políticas que já eram esperadas. O confronto entre Inglaterra e Irã, que acontece no Estádio Nacional Khalifa, às 10h, pode ser o palco de algumas delas. Isso porque, desde setembro há protestos no Irã pelo direito das mulheres. Os capitães das equipes da Inglaterra, junto a Holanda, País de Gales, Dinamarca, Bélgica e Suíça usariam uma braçadeira de capitão com o nome “One Love”. Há regras no Catar que proíbem pessoas da comunidade LGBTQIA+ de se expressarem.
Na seleção iraniana, a polêmica pode estar envolta principalmente no nome do atacante Sardar Azmoun, que foi convocado apenas por ser indispensável para o funcionamento do time comandado pelo português Carlos Queiroz. O atacante fez inúmeras declarações contra a repressão do governo iraniano às mulheres, e principalmente após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos. Em setembro, no amistoso contra Senegal, o Irã se perfilou para o hino nacional vestido em jaquetas pretas, sem que os símbolos do país aparecessem.
Entre as seleções europeias, a dinâmica de utilização da braçadeira estava alinhada. A Fifa deixou claro que os capitães poderiam ser punidos com um cartão amarelo caso fossem a campo com as braçadeiras, que levam as cores da bandeira LGBTQIA+. Na Copa do Mundo, o atleta que acumula dois amarelos cumpre suspensão automática.
“Você não quer que o capitão comece a partida com um cartão amarelo. É por isso que é com o coração pesado que nós, como grupo de trabalho da UEFA, e, como equipe, decidimos abandonar nosso plano. Isso vai contra o espírito do nosso esporte, que une milhões de pessoas. Juntamente com outros países envolvidos, analisaremos criticamente nossa relação com a Fifa”, escreveu a federação holandesa em comunicado.
Segundo as regras da Fifa, o equipamente não pode conter slogans, declarações ou imagens políticas, religiosas ou pessoas. Durante o torneio, os capitães devem usar a braçadeira de capitão fornecida pela própria entidade. No dia 10 de novembro, a Fifa enviou um comunicado as confederações integrantes pedindo ‘foco no futebol’, documento o qual a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) é signatária. No sábado (19), Gianni Infantino, presidente da Fifa, concedeu uma entrevista coletiva em que disse que sentia catari, árabe, africano, gay e deficiente, mesmo que fosse um italiano ruivo e com sardas que cresceu na Suíça.
Inglaterra e Irã se enfrentam às 10h. Mais tarde, às 13h, teremos o confronto entre Senegal e Holanda e, fechando a rodada, às 16h, Estados Unidos e País de Gales. Acompanhe o melhor da Copa do Mundo no GP1 Esporte.
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