O México é conhecido por ter uma das torcidas mais fanáticas em Copas do Mundo. Porém, este fanatismo vai de encontro às regras do Catar, sede do Mundial deste ano e onde as normas para o consumo de álcool são restritas. A tequila, icônico destilado mexicano, exportado para quase todo o mundo, não poderá ser levada pelos torcedores ao país árabe. É o que orienta o governo da nação latina.
Além de não poderem contar com a tequila, eles terão de pagar entre US$ 9 e US$ 12 pela cerveja, três vezes mais do que costumam pagar no México. Os hinchas também devem respeitar as regras gerais de consumo — três horas antes e uma hora depois da partida, na fan zone.
Os mexicanos que vão ao Catar devem desembolsar até U$ 20 mil (R$ 105 mil na cotação atual) para acompanhar a seleção do seu país. Este é o preço de um pacote que inclui viagem de ida e volta do México a Doha, acomodação e os três jogos da fase de grupos da equipe, segundo a Associação de Agentes de Viagens. “Muitos torcedores mexicanos economizam quatro anos para poder participar da Copa do Mundo”, diz o presidente da Associação, Eduardo Paniagua Morales.
Cerca de 80 mil mexicanos devem comparecer ao Catar para acompanhar a Copa do Mundo, o maior público do país em mundiais na história, superando os 44 mil presentes na Rússia, em 2018. Agentes da Guarda Nacional vão viajar junto dos torcedores. Segundo o chanceler Marcelo Ebrard, os agentes vão “sem armas ou uniformes” e terão a missão de ser o elo da torcida, com seu idioma e costumes, com as autoridades locais.
Apesar de todo o calor, os mexicanos têm um histórico problemático em Copas do Mundo. Na França, em 1998, um mexicano bêbado urinou na chama eterna em memória dos soldados franceses. Na África do Sul, em 2010, outro foi preso por tentar colocar um chapéu em uma estátua de Nelson Mandela. Já no Brasil, em 2014, um torcedor morreu depois de se jogar de um navio de cruzeiro que transportava mexicanos em Recife.
O México vai organizar a Copa do Mundo de 2026 junto com Estados Unidos e Canadá, será a terceira na história do país latino. Porém, a relação com a Fifa não é das melhores nos últimos meses, principalmente por causa de atitudes nas arquibancadas. Até o dia 1º de outubro, a entidade máxima do futebol mundial multou a Federação Mexicana de Futebol 17 vezes pelos gritos de “puto” (bicha, em tradução livre) quando o goleiro rival está prestes a bater o tiro de meta.
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