Beth Gomes foi absoluta na prova do lançamento de disco na classe F53 (atletas com lesão na coluna, que competem sentados e precisam de apoio) na Paralimpíada de Tóquio. A brasileira conquistou a medalha de ouro com larga vantagem para as demais competidoras e ainda quebrou o recorde mundial, que era dela mesma.
Última a competir, Beth conquistou a medalha de ouro logo no primeiro lançamento, ao alcançar 15,68m. Com mais quatro tentativas, restou a ela buscar superar suas marcas anteriores, o que conseguiu duas vezes - o lançamento final foi o melhor, com a marca de 17,62m, mais de dois metros acima de qualquer outra competidora.
Prata e bronze foram para a Ucrânia: Iana Lebiedieva anotou 15,48m, marca que naquele momento era o recorde paralímpico, assim como os 14,37m alcançados por Zoia Ovsii, que ficou com a terceira colocação.
Em entrevista ao SporTV após a conquista, Beth dedicou a medalha aos pais, e principalmente à mãe, que faleceu na última semana. Ela também destacou que passou por um ciclo paralímpico complicado desde os Jogos do Rio, que não disputou por ter sido classificada na F55, acima da F54, na qual costumava competir.
Beth Gomes tem 56 anos e sofre de esclerose múltipla, descoberta em 1993. Em 2017, Beth teve uma nova crise que reduziu ainda mais sua mobilidade, afetando o lado esquerdo - o lado direito já era bastante afetado pela doença. Em 2018, Beth passou por uma reclassificação que a colocou na classe F52, em vez da F54. Em 2019, Beth foi campeã mundial com o recorde de 16,92m, agora superado na Paralimpíada.
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