Principal esperança de medalha para o surfe brasileiro nos Jogos de Tóquio na estreia da modalidade como esporte olímpico, Gabriel Medina lidera com folga o Circuito Mundial, torneio que definiu as vagas para o Japão. O melhor atleta do surfe na atualidade chega como favorito. Longe das ondas, Medina está contrariado. O surfista afirmou que viaja com sentimento de que falta algo depois que o COB negou uma credencial para sua mulher, a modelo Yasmin Brunet.
A disputa do surfe está marcada para começar neste sábado à noite (pelo horário de Brasília). Caso o mar não esteja em condições, a competição pode se estender até 1.º de agosto na praia de Tsurigasaki, a 100 quilômetros de Tóquio.
Aos 27 anos, Medina se tornou a cara do surfe brasileiro. Poucas modalidades são tão identificadas com um atleta. Prova disso é seu rosto na mídia, em programas de TV ou anúncios publicitários.
Os resultados justificam essa onipresença. Depois de dois títulos mundiais, Medina lidera a atual temporada. É o melhor início na carreira. Das seis etapas até agora, ganhou duas e ficou em segundo lugar em três.
E as boas perspectivas do País não se resumem ao líder da tabela. O segundo colocado também é brasileiro. Ítalo Ferreira pode garantir uma dobradinha ouro-prata para o Brasil. No feminino, as chances também são boas com Silvana Lima e Tatiana Weston-Webb.
Em 2019, os quatro brasileiros disputaram o pré-olímpico justamente nas ondas japonesas. O resultado foi ótimo. Ítalo ficou com o ouro e Medina com o bronze no masculino; no feminino, Silvana Lima foi prata.
A chegada da Brazilian Storm ao cenário olímpico foi precedida de trovoadas longe das ondas. Medina criticou o COB por não autorizar a presença de Yasmin na delegação. Segundo o atleta, a mulher o acompanhou em todas as etapas para desempenhar a função que era do padrasto, Charles, de preparação mental, nutricional e também no levantamento estatístico.
O COB informou que no mês passado havia realizado a substituição do padrasto por Andy King para atuar como treinador do atleta. Segundo a entidade, somente um profissional que esteja credenciado na lista pode substituir outro. A entidade disse ainda que “há uma limitação de credenciais para as delegações, e a política do COB é de que os oficiais tenham funções estritamente técnicas”.
O modelo de competição em Tóquio será diferente da World Surf League (WSL). Os 40 atletas, divididos entre categorias masculina e feminina, vão disputar uma classificatória no primeiro round e uma repescagem no segundo round. Por fim, um mata-mata com baterias mano a mano até a decisão das medalhas.
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