O presidente Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que não interferiu para mudar a composição da seleção brasileira de futebol. O governo federal tem sido alvo de críticas do técnico Tite e de jogadores da seleção por conta da decisão de sediar a Copa América em meio à pandemia de coronavírus. O primeiro jogo está previsto para acontecer no próximo domingo, 13, no Estádio Nacional de Brasília, o Mané Garrincha, quando o Brasil vai enfrentar a Venezuela.
"A minha participação na Copa América é abrir o Brasil para que ela fosse organizada aqui. Já tem os quatro Estados acertados, tudo certinho. No tocante a jogador, técnico, estou fora dessa, não tenho nada a ver com isso aí", afirmou em conversa com apoiadores na entrada do Palácio da Alvorada.
Desde a noite da última quinta-feira, a hashtag #ForaTite, movimento pedindo a saída do técnico da seleção brasileira, ganhou espaço nas redes sociais. Dezenas de internautas criticaram a posição do treinador, na coletiva de imprensa na Granja Comary. Tite fez críticas veladas à realização da Copa América no Brasil e prometeu esclarecer sua posição após os dois próximos jogos das Eliminatórias – o último será na terça-feira no Paraguai.
"Cada um tem na sua cabeça uma seleção e um técnico. Eu tenho a minha também, só que a minha eu falo com meus amigos. Nem para vocês eu falo, estão gravando aqui", disse Bolsonaro nesta manhã quando falou com apoiadores.
No Twitter, o assunto alcançou relevância e ficou entre os mais comentados da rede entre os “trending topics”. Apoiadores do governo chamaram o treinador de "esquerdopata" e "lacrador" por conta de um possível boicote do técnico, sua comissão e até mesmo os jogadores à Copa América 2020, que será disputada no Brasil após a desistência da Colômbia (por problemas políticos internos) e da Argentina (pelo agravamento da pandemia). Em sua maioria, os internautas que usam a hashtag #ForaTite são favoráveis à realização da Copa América em território nacional.
Em meio ao conflito por conta da realização do evento, o Comitê de Ética da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu afastar por 30 dias o presidente Rogério Caboclo. A decisão saiu neste domingo, 6, e a entidade já foi notificada. A situação do dirigente ficou delicada após denúncia de uma funcionária que acusa o mandatário de assédio sexual e moral.
Agora a CBF será comandada pelo vice-presidente mais velho, Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes. Ele ficará no comando durante o período de afastamento e uma reunião na entidade no Rio de Janeiro nesta segunda, 7, com diretores e vice-presidentes, deve definir detalhes dos próximos passos.
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