Apoiado por milhares de torcedores em Lima, no Peru, o Flamengo entra em campo hoje, às 17h (horário de Brasília) contra o River Plate no estádio Monumental, para tentar encerrar o jejum de 38 anos sem conquistar a taça da Libertadores da América. Se em 1981, ano do único título, o esquadrão rubro-negro era recheado de craques revelados pelo time, hoje o cenário é diferente - não há nenhum jogador titular formado pelo clube da Gávea.
Será a primeira decisão da Libertadores em jogo único e campo neutro. O Flamengo deverá entrar em campo com Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luis; William Arão, Gerson, Everton Ribeiro e Arrascaeta; Gabriel e Bruno Henrique. Nenhum deles frequentou a escolinha do Flamengo ou mais recentemente o Ninho do Urubu, ao contrário de nomes do time de 1981 como Leandro, Júnior, Andrade, Adílio e, claro, Zico.
A mudança de estratégia, no entanto, demorou para agradar os torcedores. No primeiro semestre, o Flamengo causava desconfiança. A parada da Copa América, a chegada dos laterais Rafinha e Filipe Luis e, especialmente, a contratação do técnico português Jorge Jesus foram fundamentais para o Rubro-negro se tornar o time a ser batido e fonte de inspiração para outros treinadores do brasileiros.
Agora, a expectativa é repetir o feito de Zico e companhia, que em 1981 ergueram o troféu do torneio. Na ocasião, a decisão aconteceu em melhor de três partidas contra o Cobreloa. O Flamengo venceu o primeiro diante de mais de 100 mil torcedores no Maracanã por 2 a 1 com dois gols de Zico. Perdeu o segundo no Chile por 1 a 0 e na finalíssima, no estádio Centenário, no Uruguai, bateu o adversário por 2 a 0, com novo show do camisa 10 da Gávea, que anotou os gols da partida.
LONGE DE CASA
Mesmo distante do Rio, o Flamengo sabe que terá o apoio da torcida na capital peruana. "A gente sente o carinho, o respaldo de todo torcedor. Essa torcida é maravilhosa e única. A gente tem que estar tranquilo porque não pode entrar no jogo de forma diferente do que vem fazendo durante todo o ano", afirmou o meia uruguaio Arrascaeta.
Lima está bastante movimentada pela presença de torcedores do Flamengo e os jogadores já sentiram esse apoio mesmo antes de deixar o Brasil. Na quarta-feira de manhã, no Rio, o ônibus do time foi cercado por flamenguistas na saída do Ninho do Urubu rumo ao aeroporto, em atitude que deixou o elenco surpreso e emocionado.
"Acho que foi uma coisa histórica, um feito histórico da torcida. Não posso falar porque não lembro de anos anteriores, mas foi emocionante o que aconteceu", afirmou o goleiro Diego Alves. "Ficamos felizes pelo apoio. Foi importante, sim. Todo mundo percebeu o momento que o time está vivendo e a alegria que a gente está levando para a torcida", acrescentou o jogador.
O apoio da torcida será um peso ainda maior por se tratar da inédita final em jogo único. Para Arrascaeta, a presença dos flamenguistas e o caráter ainda mais decisivo da partida vão transformar o ambiente do estádio. "Será um dia muito especial para todos nós podermos participar desse evento. É incrível o que estamos vivendo no dia a dia. Acho que vai ser um caldeirão aquele estádio lá, com duas torcidas que vão querer ficar na história", explicou.
EQUILÍBRIO
O Flamengo chega embalado para a decisão com uma invencibilidade que já dura três meses e meio. A escalação não é mistério para ninguém. Do outro lado, o River Plate vai em busca do bicampeonato e carrega um histórico de eliminar brasileiros. Na semifinal do ano passado, despachou o Grêmio. Na atual edição, mandou o Cruzeiro para casa na decisão por pênaltis.
"Sabemos que vamos enfrentar um grande rival e um excelente treinador que vem fazendo um grande trabalho", disse o Arrascaeta ao se referir ao técnico Marcelo Gallardo, que levou o River ao título em 2015 e 2018.
No entanto, apesar da experiência do River, que busca o quinto título no torneio, Arrascaeta exaltou a qualidade dos jogadores do Flamengo. "Temos um elenco muito forte. É um grupo muito unido e muito forte. Vai ser uma partida linda, com duas equipes que buscarão a vitória a todo mundo", analisou o jogador uruguaio.
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