O ex-jogador Robinho falou pela primeira vez sobre a condenação de nove anos de prisão por estuprar uma mulher em Milão. Em entrevista ao Domingo Espetacular, exibida na noite desse domingo (17), ele acusou a Justiça da Itália de racismo e disse que tem provas de sua inocência.
Durante a conversa, Robinho declarou que teve apenas um contato “leve e superficial” com a mulher. “Nós tivemos uma relação superficial e rápida. Eu e ela estávamos em pé, tivemos trocas orais, a gente trocou beijos, fora isso eu fui embora para a minha casa. E ela continuou no local com os outros, se divertindo como uma pessoa totalmente consciente. Em nenhum momento ela empurrou ou falou ‘para’. Ou em nenhum momento ela gritou. Tinha outras pessoas no local. Era um lugar totalmente aberto. Qualquer pessoa poderia entrar para colocar o seu casaco. Quando eu vi que ela queria continuar com os outros rapazes, eu fui embora pra casa”, contou.
Em seguida, o ex-jogador acusou a Justiça Italiana de racismo em seu julgamento. “Ela disse que estava grávida, eu fiz todos os exames. Mas eu joguei praticamente nove anos, dez anos na Europa, e quatro anos na Itália. E cansei de ver provas de racismo com companheiros meus, companheiros próximos, o que acontecia com Mario Balotelli, jogador negro e sofria com isso, jogava para defender a Seleção Italiana. Infelizmente isso tem até hoje. Estava ali um negro, sem voz, sem falar nada. Com certeza se meu julgamento fosse para um italiano, um branco, meu julgamento seria completamente diferente”, declarou.
Áudios do processo
Robinho também falou sobre os áudios vazados dele, que confirmavam sexo oral e penetração enquanto a mulher estava desacordada. Segundo o ex-jogador, as gravações foram “tiradas de contexto”.
“Os áudios foram um ano depois do ocorrido. Naquele contexto dos áudios, eu estava conversando com pessoas que não são confiáveis. Muita gente sempre se aproxima de jogador de futebol para arrancar dinheiro. Começaram com história de gravidez. Minha risada foi de indignação, de que não ia deixar me extorquir. Sei que não cometi crime. Não foi de deboche da vítima. O que é verdade foi o que relatei no processo. Áudios foram fora de contexto, com pessoas que estavam me perseguindo. Eu falo muitas coisas controversas, mas o contexto do áudio é exatamente isso”, afirmou.
Nesta quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) irá julgar o pedido do governo italiano para que Robinho cumpra a pena no Brasil.