Durante o jogo entre Flamengo e Atlético Mineiro , que terminou 3 a 0 para o Galo, na noite dessa quarta-feira (29), um reencontro chamou a atenção. Antes do confronto, os treinadores Tite e Felipão se cumprimentaram após uma briga que durou treze anos.

Após o jogo, o técnico do Flamengo disse que agradeceu Felipão e que sempre o viu como uma referência. “Falei três vezes muito obrigado. No início da carreira fui buscar nele informações e conhecimentos, imaginava ter um nível de Felipão, Vanderlei Luxemburgo, Nelsinho Baptista. Olhava como referências. E aí agradeci a ele”, declarou Tite.

Já Felipão declarou que o reencontro foi “normal” e que a relação entre os dois sempre foi de “respeito, admiração e amizade”. “Foi um abraço. 'Tudo bem? Como está? E a família?'. Não tem nada de diferente do normal. Mesma coisa que se encontrar alguém, pergunto isso, aquilo”, disse o treinador do Galo.

Entenda a confusão

Tite e Felipão foram amigos de longa data e têm um histórico de duelos no Brasil, principalmente entre 2010 e 2012. No entanto, dois episódios estremeceram a relação entre os dois treinadores.

Durante o Brasileirão de 2010, o Corinthians de Tite precisava do Palmeiras de Felipão para ganhar do Fluminense e assumir a liderança. No entanto, o Tricolor das Laranjeiras foi o campeão naquele ano, o que para Tite, foi resultado também da “falta de empenho” de Scolari.

Em 2011, durante um clássico no Paulistão, os dois discutiram e Tite repetiu várias vezes a frase “fala muito!” em direção à Felipão. A imagem viralizou nas redes sociais e incomodou muito Scolari, que ironizou a fala no confronto seguinte. “Não sou eu o técnico no [jogo de] domingo [suspensão]. Qualquer coisa sobre o jogo é com meu amigo baixinho, o Murtosa. Não tenho nada para falar, o que eu tenho para falar? Aliás, eu falo muito”, disse o então técnico do Palmeiras.

Já em 2017, após Tite em sua biografia falar que tem muita gratidão por Felipão, Scolari questionou a declaração. “Esta palavra [gratidão] não existe mais. Você acha isso correto de quem conhece há 30 anos, de quem te abriu todas as portas? Quem te deu a oportunidade de ser jogador do Caxias, de começar na carreira e arranjar lugares fora do Brasil para trabalhar? Essa é a gratidão?”, disse o treinador.