O showmício realizado nessa quarta-feira (1º), em São Paulo, no qual o presidente Lula (PT) violou a lei eleitoral ao pedir votos para o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol), teve patrocínio da Petrobras e do Sesi e recebeu parte do financiamento, R$ 250 mil, através da Lei Rouanet .

A empresa responsável pela produção do evento, denominado Festival Cultura e Direitos, foi a Veredas Gestão Cultural e o financiamento foi realizado pela faculdade privada de medicina São Leopoldo Mandic, de Campinas, a 90 km da capital.

O evento contou com apresentações de artistas, como os rappers Dexter, Afro X e Roger Deff, além dos pagodeiros Ivo Meirelles, Arlindinho e Almirzinho. A condução do evento ficou a cargo do ator Sérgio Loroza e da MC Pamelloza, como mestres de cerimônia.

Patrocínio da Petrobras e Sesi

A Petrobras confirmou ao Poder360 que patrocinou o evento através do programa Petrobras Cultural. “Com o patrocínio, a Petrobras busca reforçar sua imagem como apoiadora da cultura brasileira”, afirmou a estatal.

Já o Sesi alegou, por meio de nota, que “não apoia eventos políticos partidários” e justificou o patrocínio com outro viés. “O evento que o Conselho do Sesi apoiou foi o Ato do 1º de Maio unificado das centrais sindicais do país. Evento destinado a celebrar a luta e a organização dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou.

Violação da Lei Eleitoral

Durante o show, Lula fez um apelo direto aos presentes em apoio a Boulos. “Ninguém derrotará esse moço se vocês votarem no Boulos para prefeito de São Paulo nas próximas eleições”, disse o mandatário do Executivo. A transmissão do evento foi realizada pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), mas posteriormente removida de seu canal no YouTube, permanecendo apenas no canal do presidente.

A Lei das Eleições estabelece que a propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto.

O ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta (PT), afirmou que a manifestação de Lula a Boulos não viola a legislação eleitoral, pois está de acordo com a Lei das Eleições.

Ele ressaltou que a fala do presidente se enquadra nas permissões da lei, não nas proibições estabelecidas.