Os resultados das eleições municipais desse domingo, 6 de outubro, mostraram uma queda na capacidade de influência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o eleitorado. Apesar de ter feito campanha ativa em diversas cidades para apoiar candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT) e de partidos aliados, apenas seis dos candidatos visitados por Lula conseguiram vencer ou garantir vaga no segundo turno.

Durante a campanha, que começou em 20 de julho, coincidindo com as convenções partidárias, Lula visitou 22 cidades para demonstrar apoio a candidatos e aproveitou as viagens para anunciar obras e investimentos do Governo Federal nas regiões visitadas. No entanto, nem todas essas visitas resultaram em vitórias eleitorais. Em quatro das 26 cidades visitadas pelo presidente, ele não declarou apoio a nenhum candidato. O caso mais destacado foi o de Eduardo Paes (PSD), reeleito no Rio de Janeiro com mais de 60% dos votos válidos, embora o prefeito tenha mantido uma certa distância da imagem de Lula devido a questões de rejeição.

Na cidade de São Paulo, Lula subiu no palanque de Guilherme Boulos (Psol), que conseguiu avançar para o segundo turno com 29,07% dos votos válidos. Boulos enfrentará Ricardo Nunes (MDB), que obteve 29,48%. Apesar do apoio, Lula manteve uma postura discreta durante a campanha, o que gerou incômodo entre aliados do candidato. O presidente participou de apenas dois comícios em agosto e de uma caminhada em outubro, o que foi considerado insuficiente por parte dos integrantes da campanha de Boulos.

Minimizou baixa influência de Lula

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann , minimizou o impacto da baixa influência de Lula e justificou a participação menos intensa do petista. Segundo ela, o presidente enfrentou diversos problemas ao longo do ano, como as enchentes no Rio Grande do Sul e as queimadas em outras regiões do país, o que limitou sua presença mais ativa nas campanhas.

Apesar do desempenho aquém do esperado, Gleisi destacou que o PT apresentou uma melhora em relação às eleições de 2020, afirmando que o partido está em um processo de recuperação e reorganização. Para a dirigente, os resultados municipais demonstram que o PT ainda precisa de tempo para reconquistar espaço no cenário político.