O senador Ciro Nogueira (PP-PI) é alvo de operação da Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (27). A PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Teresina, no Piauí.
Os mandados foram autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em inquérito que apura os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa supostamente praticados por empresários, políticos e doleiros.
- Foto: Lucas Dias/GP1Senador Ciro Nogueira
A Polícia Federal de Brasília é que está comandando a ação e divulgou uma nota informando que os mandados foram cumpridos após delação premiada “firmados por executivos de empreiteira junto à Procuradoria-Geral da República e que apontaram os caminhos percorridos pelos valores que teriam sido desviados de obras públicas concedidas à empresa”.
Reeleição
Ciro Nogueira é presidente nacional do Progressistas e é candidato à reeleição na coligação “A vitória com a força do povo”. Ele encerra neste ano o mandato de oito anos.
Lava Jato
No dia 24 de abril deste ano, a Polícia Federal chegou a cumprir mandados de busca e apreensão na residência do senador Ciro Nogueira, onde encontrou cerca de R$ 200 mil em dinheiro. A operação fazia parte da Lava Jato.
STF rejeita denúncia
O Supremo Tribunal Federal decidiu no dia 14 de agosto, rejeitar uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador Ciro Nogueira no âmbito da Operação Lava Jato. O parlamentar era acusado de solicitar propina no valor de R$ 2 milhões da UTC Engenharia, com base em promessas de favorecer a empreiteira em obras públicas de responsabilidade do Ministério das Cidades e do estado do Piauí.
Confira a nota na íntegra da Polícia Federal
Na manhã de hoje (27/09), a Polícia Federal cumpre dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal em imóveis situados no município de Teresina no Piauí.
As ordens judiciais foram requeridas pela PF nos autos de inquérito em andamento que apura os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por empresários de uma grande empreiteira, políticos e doleiros.
As investigações tiveram início com acordos de colaboração premiada firmados por executivos da empreiteira junto à Procuradoria-Geral da República e que apontaram os caminhos percorridos pelos valores que teriam sido desviados de obras públicas concedidas à empresa.
Outro lado
A defesa do senador criticou a decisão judicial que autorizou a operação. "Uma busca baseada em uma delação antiga, dentro de um inquérito aberto há tanto tempo e determinada a 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral", disse em nota.
Veja nota na íntegra da defesa do senador
"O senador Ciro Nogueira foi citado nas delações da UTC e da Odebrecht. A delação da UTC deu ensejo a uma denúncia feita pela PGR que foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. Nela o Supremo desconsiderou o valor probatório mínimo da delação e sequer permitiu a abertura do processo penal contra o Senador. A outra delação, da Odebrecht, fez com que fosse aberto o Inquérito 4407 no Supremo. Esta delação, bastante conhecida, é antiga. O Inquérito está aberto no Supremo Tribunal há 18 meses. A Defesa indaga o porquê de ser determinada busca e apreensão contra o PP há 10 dias das eleições? Obviamente não havia necessidade e urgência para esta medida neste momento. Embora o Senador não seja alvo da medida de busca o prejuízo eleitoral é evidente. Mais uma vez enfrentamos a criminalização da política, com o agravante que agora estamos em pleno processo eleitoral. Uma busca baseada em uma delação antiga, dentro de um inquérito aberto há tanto tempo e determinada a 10 dias das eleições é uma verdadeira intromissão do Poder Judiciário no processo eleitoral. A Defesa não se preocupa em absoluto com o que foi apreendido, mas denuncia o uso eleitoral que certamente se fará desta decisão judicial inoportuna, inadequada e desmedida neste momento. A criminalização da política tem que ser enfrentada em nome da normalidade democrática."
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