Pedro Henrique
A Venezuela acumula uma dívida com o Brasil superior a R$ 10 bilhões, de acordo com dados do Ministério da Fazenda. O valor do rombo aumentou consideravelmente entre agosto e dezembro de 2024, com um crescimento de US$ 39,7 milhões (aproximadamente R$ 240 milhões pela cotação atual). No total, a dívida da ditadura de Nicolás Maduro com o Brasil já ultrapassa US$ 1,7 bilhão, conforme informações obtidas pela revista Veja, divulgadas na última sexta-feira, 24.
O montante é resultado de operações de financiamento realizadas por empresas brasileiras para exportação de bens e serviços à Venezuela, que, desde 2023, enfrenta dificuldades financeiras graves. Segundo dados da Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda, as negociações para a quitação dessa dívida estão paralisadas. O órgão informou à revista que, atualmente, o processo encontra-se na fase de "conciliação de contas" e que não há reuniões previstas para o futuro próximo.
Desentendimentos entre os governos de Lula e Maduro
As negociações, que começaram com otimismo em 2023, passaram a se arrastar após o agravamento das relações entre o Brasil e a Venezuela. Em maio daquele ano, Nicolás Maduro foi recebido com honras de chefe de Estado por Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, e, na ocasião, a dívida da Venezuela era de US$ 1,27 bilhão. A visita de Maduro foi acompanhada da criação de uma mesa de negociações, com o objetivo de “reprogramar o pagamento” da dívida.
Entre maio e setembro de 2023, as reuniões virtuais entre os governos resultaram em algumas trocas de informações, mas as tratativas não avançaram como esperado. O impasse piorou depois das eleições de julho de 2024, amplamente criticadas por fraudes, que marcaram um ponto de ruptura nas relações entre os dois países. Desde então, o presidente Lula e o líder venezuelano não mantiveram mais comunicação oficial.
Situação da dívida e futuro incerto
O valor da dívida, que tem se acumulado desde o governo Maduro, preocupa as autoridades brasileiras. Apesar dos esforços anteriores para renegociar os termos de pagamento, a falta de progresso nas negociações tem gerado um cenário de incerteza. A expectativa de uma resolução rápida parece distante, já que, conforme informado pela Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda, não há previsão de novas reuniões para tratar da quitação da dívida.
Enquanto o Brasil aguarda uma solução, a situação da Venezuela permanece instável, e o Brasil segue buscando alternativas para lidar com os impactos da dívida acumulada.
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