O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que Onyx Lorenzoni (DEM-RS) é "como se fosse parte da equipe econômica" desde a época da campanha à presidência da República. Lorenzoni deve assumir o novo Ministério do Emprego e Previdência Social, que será recriado. A área até então está sob comando de Guedes, incorporada ao Ministério da Economia.
Guedes disse ainda que não acredita em reação ruim do mercado à reforma ministerial. Nesta quinta-feira, o ministro da Economia também elogiou o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que deverá assumir a Casa Civil na reforma ministerial que está sendo promovida pelo presidente Jair Bolsonaro. "Ciro Nogueira é um profissional de política. Ele tem sido um grande apoiador das nossas reformas", afirmou Guedes na entrada do ministério, após participar de evento de inauguração da Antena Multissatelital no Ministério da Defesa.
Guedes disse que, no início do governo, chegou a dizer a Bolsonaro que o atual ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, seria um "bom chefe da Casa Civil".
O convite ao senador Ciro Nogueira (PP-PI) para ser ministro da Casa Civil, de acordo com Guedes, levou a uma "crise de acomodação". A mudança deverá levar a um efeito dominó: o atual ocupante do cargo, general Luiz Eduardo Ramos, será realocado na Secretaria-Geral de Governo, onde está hoje Onyx Lorenzoni, que se tornará ministro do Emprego e Previdência Social, assumindo uma nova pasta a ser criada em área que hoje está sob comando de Guedes.
"O Onyx está com presidente desde a campanha política, vai ficar sem ministério?", questionou Guedes. "Onyx é completamente alinhado com nossas políticas e defende política econômica.”
Segundo o ministro, o atual secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, ficará como "secretário geral" de Onyx na nova pasta, para dar sequência ao trabalho que vem sendo feito.
Política econômica não muda, diz Guedes
Apesar da acomodação política, Guedes ressaltou que o desmembramento de superministério e a recriação do Ministério do Emprego e Previdência Social não vai mudar os rumos da política econômica e a orientação liberal da equipe.
"O programa de reforma tem que seguir. Conversei várias vezes com o presidente [Jair Bolsonaro] sobre pressões por ministérios, sempre nos entendemos. Qualquer pedido feito para desviar nosso programa, o presidente disse que não iria ceder", afirmou.
Guedes reconheceu que sempre houve pressão política pela recriação dos ministérios que, na gestão Bolsonaro, foram fundidos para formar a pasta da Economia, como da Indústria e Comércio Exterior e do Planejamento.
"O presidente nunca cedeu no coração da política econômica. Ele está estudando. Quem fala de reorganização de ministérios é ele", acrescentou.
‘Rearranjo político’
O ministro admitiu que se não fosse a necessidade de um "rearranjo político", o Ministério do Emprego não seria recriado, e disse que, se reeleito, Bolsonaro pode voltar a fundir ministérios. "No futuro, pode haver um grande Ministério de Políticas Sociais, ao invés de várias pastas", completou.
Paulo Guedes afirmou que as mudanças foram feitas para "acomodação política" e angariar apoio do governo no Congresso Nacional, o que, segundo ele, é natural para dar sustentação à agenda de reformas. "A sustentação parlamentar é decisiva. É natural que haja coalizão política de centro-direita para sustentar a agenda de reformas", afirmou Guedes.
O ministro ressaltou que a agenda econômica avançou bastante neste ano e que a Câmara acelerou reformas, mas que o governo ainda encontra dificuldades no Senado. Guedes disse ainda ser "natural" uma reacomodação de forças políticas. "É natural que o presidente queira reforçar sustentação parlamentar, particularmente no Senado", acrescentou.
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