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Economia e Negócios

Deputados autorizam pagamento de servidores antes de votação do Orçamento

O projeto ainda precisa da aprovação do Senado Federal.

Os deputados federais aprovaram um projeto que autoriza o governo Jair Bolsonaro a executar uma série de gastos antes da aprovação do Orçamento de 2021, que ainda não foi votado pelo Congresso.

O governo enviou a proposta para destravar um montante que totaliza R$ 453,7 bilhões e ainda não podem ser gastos em função da regra de ouro. Prevista na Constituição, essa regra fiscal proíbe o governo de usar recursos obtidos de empréstimos, via emissão de títulos públicos, para bancar despesas correntes, como é o caso dos salários.


A votação agora depende do Senado, o que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira, 17. Sem a aprovação desse projeto, o governo argumenta que poderia ficar sem dinheiro para pagar salários, aposentadorias e serviços essenciais a partir deste mês.

De acordo com documento assinado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o objetivo da autorização é reduzir o montante do crédito suplementar sujeito à aprovação de outro projeto de lei que só seria possível após a sanção da Lei Orçamentária Anual (LOA).

A projeção do governo é que o Orçamento seja sancionado apenas na primeira quinzena de abril, depois de votação no Congresso. Com o projeto votado nesta quarta-feira, o governo poderá executar parte das despesas condicionadas a partir de março, desde que encontre fonte de recursos, como o remanejamento de outras áreas ou excesso de arrecadação financeira.

Na mensagem enviada ao Congresso, o governo pediu urgência e afirmou ser "imprescindível" a aprovação da medida para execução dessas despesas. O valor de R$ 453,7 bilhões equivale a 30% das despesas totais deste ano e inclui gastos com pessoal e Previdência.

Este é o terceiro ano consecutivo em que a regra de ouro fica condicionada à aprovação de um crédito suplementar pelo Congresso para não haver crime de responsabilidade fiscal. Com a aprovação do projeto, o governo estima que poderá usar até R$ 160 bilhões do superávit financeiro em 2020 para bancar parte dessas despesas. O valor, porém, não foi finalizado. Outra possibilidade é pagar esses gastos com remanejamento de recursos.

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