O Banco Central informou que registrou um lucro de R$ 469,6 bilhões em 2020. O balanço do BC foi aprovado nesta quinta-feira, 26, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Economia, pelo secretário especial de Fazenda da pasta e pelo presidente do BC. O voto só foi divulgado hoje.
No primeiro semestre de 2020 o BC teve um lucro de R$ 503,22 bilhões, enquanto que, no segundo semestre do ano passado, foi registrado um prejuízo de R$ 33,61 bilhões.
Do lucro total do primeiro semestre, a instituição informou que o resultado positivo com as reservas internacionais e derivativos cambiais (contratos de swap), no valor de R$ 478,5 bilhões, foi destinado à constituição de reserva de resultados no patrimônio líquido do BC.
O resultado com as demais operações, ainda nos seis primeiros meses de 2020, no valor de R$ 24,75 bilhões, foi transferido ao Tesouro Nacional em agosto do ano passado.
O prejuízo do segundo semestre de 2020, por sua vez, "foi integralmente coberto mediante realização da reserva de resultados do BC".
O Banco Central lembrou que, em agosto do ano passado, o Conselho Monetário Nacional autorizou a transferência de parte dos recursos existentes na reserva de resultados do BC ao Tesouro Nacional, no valor de R$ 325 bilhões, a serem destinados ao pagamento da dívida pública.
A ajuda na gestão da dívida pública foi considerada importante em um momento em que o governo aumentou os gastos públicos para combater os efeitos da pandemia do coronavírus, elevando, consequentemente, a necessidade de emissão de títulos em um momento de nervosismo do mercado financeiro.
Linha de liquidez com o BC norte-americano
O Conselho Monetário Nacional também autorizou o Banco Central a estender o prazo do contrato de "swap" com o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), de março deste ano até o fim de setembro de 2021.
O chamado "swap" é uma linha de liquidez, estabelecida em março do ano passado, por meio da qual os países signatários poderiam buscar recursos no FED em caso de necessidade. Para o Brasil, foram reservados US$ 60 bilhões, valores não utilizados pelo governo brasileiro.
"Esta linha não implica condicionalidades de política econômica e amplia os fundos e instrumentos disponíveis para as operações de provisão de liquidez em dólares pelo BC", acrescentou a instituição.
Segundo o BC, essa linha de liquidez "soma-se ao conjunto de instrumentos disponíveis do BC para lidar com a alta volatilidade dos mercados em decorrência da pandemia da covid-19".
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